05 janeiro, 2023


[Resenha] A Razão do Amor - Ali Hazelwood

Ficha Técnica 

Título: A Razão do Amor
Título Original: Love on the Brain
Autor: Ali Hazelwood
ISBN: 978-65-5565-399-1
Páginas: 336
Ano: 2022
Tradutor: Raquel Zampil
Editora: Arqueiro
A carreira de Bee Königswasser está indo de mal a pior. Quando surge um processo seletivo para liderar um projeto de neuroengenharia da NASA, ela se faz a pergunta que sempre guiou sua vida: o que Marie Curie faria? Participaria, é claro. Depois de conquistar a vaga, Bee descobre que precisará trabalhar com Levi Ward — um desafio que a mãe da física moderna nunca precisou enfrentar.
Tudo bem, Levi é alto e lindo, com olhos verdes incríveis. E, aparentemente, está sempre pronto para salvá-la quando ela mais precisa. Mas ele também deixou bastante claro o que pensa de Bee quando os dois estavam no doutorado: rivais trabalham melhor quando estão cada um em sua própria galáxia, muito, muito distantes.
Quando o projeto começa a ficar conturbado, Bee não sabe se é seu córtex cerebral lhe pregando peças, mas pode jurar que Levi está apoiando suas decisões, endossando suas ideias… e devorando-a com aqueles olhos. Só de pensar nas possibilidades, ela já fica com os neurônios em polvorosa.
Quando chega a hora de se decidir e arriscar seu coração, só há uma pergunta que realmente importa: o que Bee Königswasser fará?

Resenha


Estava ansiosa para ler mais um livro da Ali Hazelwood e que delicia foi, minha gente. Assim como em A Hipótese do Amor, em A Razão do Amor ela nos presenteia com personagens que nos cativam logo nas primeiras páginas e que a gente não consegue largar até chegar ao fim.

A neurocientista Bee Königswasser, tem vinte e oito anos e trabalha nos Institutos Nacionais de Saúde, não que ela esteja muito feliz, pois seu trabalho parece estagnado e o chefe é péssimo, mas sua sorte está para mudar: ela acabou de ser escolhida para liderar um projeto no Centro Espacial da NASA.

Entretanto, a notícia boa veio acompanhada de uma nem tão boa assim: ela vai dividir a liderança do projeto com o engenheiro Levi Ward, seu arqui-inimigo da pós-graduação, alguém que ela estava muito feliz por não ver há seis anos. Porém, uma oportunidade como essa não aparece todos os dias, por isso, ela precisaria enfrentar isso de frente, afinal, a estimativa era de três meses de trabalho, ela com certeza daria conta da situação de maneira madura e profissional.

Será?
— … apego evitativo. Você é patologicamente independente e não deixa outras pessoas se aproximarem por medo de que elas acabem te abandonando. Você criou uma muralha e tem pavor de qualquer coisa que pareça af…
P. 20
Quando Bee entrou na pós-graduação, Levi já era uma estrela no laboratório de Sam e aparentemente ele se dava bem com todo mundo, menos com ela — e todos tinham percebido isso —, mas ela tinha Tim, seu noivo, e Annie, sua melhor amiga. Porém, dois anos atrás, tudo desmoronou: de casamento marcado, ela descobriu que Tim e Annie a estavam traindo, e com isso ela concluiu a pós-graduação, mas decidiu não seguir para Vanderbilt com os dois, como eram os planos anteriormente, afinal, como ela poderia? 

Ao chegar em Houston, Bee percebe que Levi está ainda mais bonito do que antes e que ele ainda não suporta estar no mesmo ambiente que ela. Ela também descobre que, como engenheiro-chefe na Nasa aos trinta e dois anos, a carreira dele está estabilizada, o que significa que se algo der errado com esse projeto, apenas ela sairá perdendo.

E parece que alguém não quer que esse projeto aconteça…
— Querer e não ter às vezes fica insuportável. Muito rápido. — Ele umedece os lábios. — Eu não sabia o que dizer, de qualquer forma. Você precisa entender que cresci em um ambiente em que ninguém fala de sentimentos. Eu ficava totalmente sem palavras perto de você… o que, aparentemente, levou você e todo mundo a pensar que eu te desprezava. Eu… eu não fazia ideia. Te devo um pedido de desculpas por isso.
P. 206
Mas uma coisa é certa: Levi e Bee estão comprometidos para que o projeto seja um sucesso. Enquanto isso, ela vai descobrir que tem muito mais em comum com Levi do que gostaria de admitir. E mais, será que ele realmente sempre a odiou, ou tudo não passou de um mal-entendido?

Como a narrativa é toda sob o ponto de vista da Bee, a gente sabe o que ela sabe — o que é bem pouco —, mas lendo do lado de cá, e como boas fãs de um romance, percebemos sinais que ela não vê, até porque podemos somar aí o medo que ela tem de se envolver, afinal, seu último relacionamento — que durou mais de sete anos — foi um fiasco e, ao terminar, ela descobriu que foi cheio de mentiras do início ao fim e ela é órfã. Os pais morreram quando ela e a irmã gêmea eram crianças e depois disso elas passaram de parente em parente, sempre se mudando, sem ter qualquer estabilidade e durante a última década a irmã continuou pulando de país em país, enquanto ela sempre buscou por um porto seguro.

Mesmo assim a gente continua torcendo para que ela supere o medo e para que Levi não desista deles, afinal, eles merecem ser felizes. Juntos de preferência.

Sério, gente, amei o livro do início ao fim. Como não entender os medos de Bee? Como não rir do seu sistema parassimpático inútil que vive fazendo com que ela desmaie? Como não adorar a luta dela para que as mulheres sejam reconhecidas na área das ciências? Como não amar o modo como Levi a ama? Como não amar a forma como ela o defende diante da família dele? É tudo absurdamente maravilhoso do início ao fim. Só queria mesmo capítulos para conhecer mais Levi, aí, gente, meu coração ia se desmanchar de vez, isso é certo.
— Então toma sinceridade: estou apaixonado por você. Mas isso não é novidade. Não pra mim, e não pra você, acho. Não se você for sincera consigo mesma… E você diz que é, certo?
Meus olhos se arregalam. Ele continua, implacável, sem piedade. Levi Ward: uma força da natureza. Me tirando o fôlego.
— Eis mais uma coisa sincera: você está apaixonada por mim também.
— Levi. — Balanço a cabeça, o pânico subindo pelo meu corpo. — Eu…
— Mas você está com medo. Está morrendo de medo, e eu não te culpo. (…)
Não sei como ele consegue parecer tão furioso, tão calmo e tão compadecido ao mesmo tempo.
— Eu entendo — continua ele. — Posso ser paciente. Eu tentei, vou tentar ser paciente. Mas eu preciso… de alguma coisa. Preciso que entenda que não se trata de um livro que você está escrevendo. Nós não somos… não somos dois personagens que você pode manter separados porque é um desfecho literário melhor. São nossas vidas, Bee.
P. 296-297

P.S.: Se quiser adicionar esse livro na sua lista de leitura do Skoob basta clicar na capa que você será redirecionado para a página do livro no Skoob. 😉
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