10 junho, 2022


[Resenha] As Garras do Desejo - Elizabeth Hoyt


Ficha Técnica 

Título: As Garras do Desejo
Título Original: The Beguile a Beast
Autor: Elizabeth Hoyt
ISBN: 978-65-5587-120-3
Páginas: 335
Ano: 2020
Tradutor: Caroline Simmer
Editora: Record
Poderá a fera machucada confiar seus desejos mais secretos a uma bela mulher com um passado turbulento e viver uma grande paixão?
A vida de Sir Alistair Munroe, era viajar exaustivamente para estudar, catalogar e publicar livros sobre a fauna e a flora. Porém, ele precisou lutar pela sua sobrevivência como soldado na guerra entre franceses e britânicos em suas colônias na América. Depois de retornar com muitas cicatrizes físicas e emocionais, o recluso naturalista se esconde em seu castelo na Escócia. No entanto, quando uma bela e misteriosa mulher bate à sua porta, os sentimentos que tanto reprimia vêm à tona novamente.
Famosa por sua beleza, Helen Fitzwilliam viveu os últimos anos desfrutando do luxo da alta sociedade. Disposta a fugir dos erros do passado, aceita trabalhar em um castelo como governanta em troca de abrigo. Helen está determinada a começar uma nova vida e não vai deixar que nada a afaste de seu propósito.
Alistair logo descobre que Helen é muito mais que uma mulher bonita. Corajosa e sensual, ela não se deixa intimidar pela hostilidade dele nem pelas cicatrizes em sua pele, e fica intrigada com a ferocidade do misterioso homem. Mas, quando Alistair começa a acreditar no amor verdadeiro, o passado secreto de Helen ameaça separá-los. Agora, os dois precisam lutar pela única coisa que nunca acreditaram que encontrariam: um final feliz.

Resenha


Seguindo — depois de bastante tempo — com a série A Lenda dos Quatro Soldados, As Garras do Desejo traz Helen Fitzwilliam, que nós conhecemos em O Sabor do Pecado e sabemos que era a amante do duque de Lister, ou melhor, uma das amantes dele.

Durante catorze anos Helen viveu um relacionamento pela metade, mas no início, aos dezessete anos, ela acreditava estar apaixonada, mas agora, com dois filhos, ela tinha certeza de que isso não era verdade e que ela precisava sumir e levar Abigail e Jamie para o mais longe possível, pois, ainda que Lister jamais tenha amado os filhos, ou mesmo ela, ele os tratava como posses, e não admitia perder nada. Foi por isso que, com a ajuda da viscondessa de Vale, ela se viu atravessando a Inglaterra rumo ao ermo castelo Greaves para ser a nova governanta de Sir Alistair Munroe.

Nós também conhecemos Alistair brevemente em O Sabor do Pecado, então dá para imaginar que essa ideia da viscondessa está longe de dar certo (e como eu havia mencionado antes também). Assim como Samuel e Jasper, Alistair estava no vigésimo oitavo regimento durante do ataque de Spinner's Falls, não que ele fosse um militar. Ele é um naturalista e estava coletando informações para seu primeiro livro e, nada mais seguro do que acompanhar os regimentos de Sua Majestade. Ele só não esperava ser capturado, torturado e voltar vivo e desfigurado para casa: um lado do rosto queimado, sem um olho, dois dedos faltando na mão direita.

Agora, mais de sete anos depois de ter voltado das colônias, ele vivia recluso em seu castelo por causa da reação das pessoas à sua aparência, sempre com gritos, histeria, cochichos e até desmaios. Nem criados ele tinha. Imagine ter uma governanta — que ainda por cima era bonita — e duas crianças, sendo que uma delas reagiu como todos ao vê-lo, gritou? Não, ele certamente não precisava de uma governanta. Ele podia muito bem continuar vivendo ali sozinho com Lady Grey, sua lebréu escocesa e seus estudos. Nem mesmo Sophia, sua irmã e única família, o via com frequência.
— Venha, menina.
Alistair se inclinou e, com cuidado, a pegou no colo, pressionando-a contra o peito. Sob suas mãos, sentia o coração de Lady Grey batendo, as pernas trêmulas. Ela era pesada, mas ele a manteve em seus braços enquanto subia até a torre. Ao chegar, ajoelhou-se e a acomodou em seu lugar favorito, no tapete diante da lareira acesa.
— Não precisa ficar com vergonha — sussurrou ele enquanto acariciava as orelhas dela. — Você é uma menina corajosa. É, sim, e, se precisar de ajuda para subir as escadas, estarei aqui para isso.
Posição 17%
Helen não podia se dar por vencida. Sir Alistair não parecia querê-la ali, mas era evidente que o castelo precisava de uma governanta, mas ela logo descobre que não há qualquer criado lá e, tendo vivido por anos em uma casa mantida pelo duque, ela precisaria se virar se quisesse mostrar que era necessária naquele lugar, ou ela precisaria pensar em outro lugar para fugir e levar os filhos.

Entretanto, ainda que diga que está bem em viver como vive, a verdade é que a chegada repentina de Helen, Abigail e Jamie mexe com a rotina de Alistair de uma maneira positiva. Logo ela contrata criados para limpar o castelo e tudo está diferente, mas ele sabe que em breve ela se cansará de passar aquele tempo ali — seja por qual motivo for — e irá embora, assim, ele não deve se apegar a algo que não pode ter.
— (…) Muitas pessoas acham que coragem se trata de um único ato de bravura no campo de batalha, algo feito sem qualquer prudência, sem qualquer consideração sobre as consequências. Um ato que acaba em um segundo ou um minuto, no máximo dois. O que meu irmão fez, o que faz até hoje, é viver com esse fardo há anos. Ele sabe que passará a vida inteira assim. E segue em frente. — A mulher se recostou na poltrona, os olhos ainda focados em Helen. — Para mim, isso é coragem de verdade.
Posição 43%
 Helen aprendeu a viver com seu passado, ela sabe que não pode voltar para Londres, onde todos sabem que ela é, ou foi a amante do duque de Lister e sabe que não tem o poder de mudar isso. Assim, só lhe resta erguer a cabeça e seguir em frente. Ainda que ao chegar na Escócia tenha usado outro sobrenome, é certo que Lister ainda deve estar procurando por ela e ele os encontrar, bem, ela pensará nisso quando o momento chegar, mas enquanto isso, o castelo Greaves é seguro o suficiente para seus filhos e isso é o bastante para ela. Além disso, a cada dia ela vê Abigail e Jamie mais felizes naquelas terras e ao lado do homem taciturno que também tem roubado seus pensamentos.
— Não sou um homem sofisticado e vivo no interior, então você teria que se contentar com flores silvestres. Violetas e papoulas no começo da primavera. Margaridas no outono. Rosas-mosquetas e cardos no verão. E, no fim da primavera, eu traria as campânulas que crescem nas colinas da região. Azuis, campânulas azuis, do mesmo tom dos seus olhos.
E foi então que Helen sentiu: algo se soltando, se libertando. Seu coração se livrou das amarras e saiu correndo, fugindo do seu alcance, do seu controle. Completamente livre, seguindo na direção daquele homem complexo, irritante e tão fascinante. Meu Deus, não.
Posição 66%
Na verdade, ainda que Helen fosse mantida como amante do duque, eles não estavam mais juntos há anos, o duque a mantinha apenas como posse realmente, então, Helen se vê finalmente sendo desejada por quem ela é e não apenas por seu corpo ou por inveja e isso para ela é completamente novo. Para Alistair, acostumado com as pessoas virando o rosto ao vê-lo, também é difícil acreditar que aquela mulher o deseja, mas nós que estamos do lado cá, lendo os capítulos e conhecemos os pensamentos dos dois sabemos que eles são o que o outro precisa. Porém, assim como Helen aprendeu a viver com seu passado, Alistair precisa aprender a viver com o dele.

Assim como nos livros anteriores, no início dos capítulos há trechos de uma fábula que faz parte de um livro que a babá de Emeline deixou para ela e que Melisande traduzisse antes de ir para os Estados Unidos. Aqui a fábula é do Contador de Verdades.
O amor que sentia por Alistair era completamente diferente. Ela conhecia seus defeitos, seu temperamento ruim e seu cinismo, mas também admirava suas melhores partes. Seu amor pela natureza, a docilidade que escondia da maioria das pessoas, sua lealdade inabalável.
Ela já viu seu pior e seu melhor lado, além de todas as partes complicadas entre esses dois extremos. Até sabia que havia coisas que ele ainda não havia contado, coisas que desejava ter tempo para descobrir. Ela sabia disso, e o amava apesar de tudo, ou talvez por causa de tudo. 
Posição 94%
Bem, eu adorei rever Jasper, ainda que tenha sido muito rápido e estou curiosa sobre o que realmente aconteceu em Spinner's Falls e espero descobrir isso no próximo livro, que acredito que é o último da série, O Fogo da Perdição. Também adorei ver Alistair e Lady Grey (ainda que meu coração tenha praticamente se partido ao meio em determinada cena) e vê-lo deixando outras pessoas entrarem em seu convívio foi incrível.

P.S.: Se quiser adicionar esse livro na sua lista de leitura do Skoob basta clicar na capa que você será redirecionado para a página do livro no Skoob. 😉
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