23 novembro, 2020


[Resenha] Um Beijo e Nada Mais - Mary Balogh

Ficha Técnica 

Título: Um Beijo e Nada Mais
Título Original: Only a kiss
Autor: Mary Balogh
ISBN: 978-65-5565-015-0
Páginas: 288
Ano: 2020
Tradutor: Livia de Almeida
Editora: Arqueiro
Desde que testemunhou a morte do marido durante as Guerras Napoleônicas, Imogen, Lady Barclay, se isolou em Hardford Hall, na Cornualha. O novo dono da propriedade ainda não apareceu para reivindicá-la, e ela torce desesperadamente para que ele nunca venha acabar com sua frágil paz.
Percival Hayes, o novo conde de Hardford, não tem nenhum interesse na região distante da Cornualha, tanto que, desde que recebeu o título, nunca quis conhecer o lugar. Mas em seu aniversário de 30 anos ele está tão entediado que decide impulsivamente fazer uma visita às suas terras.
Ao chegar lá, fica chocado ao descobrir que Hardford não é o monte de ruínas que imaginou. Fica perplexo também ao constatar que a viúva do filho de seu predecessor é a mulher mais linda que já viu.
Em pouco tempo, Imogen desperta em Percy uma paixão que ele jamais pensou ser capaz de sentir. Mas será que ele conseguirá resgatá-la da infelicidade e convencê-la a voltar à vida?

Resenha


Ai, gente, essa série é tão maravilhosa, com personagens tão incríveis que, chegando ao fim, vai dando aquele apertinho no coração, sabe? Esse é o penúltimo livro da série Clube dos Sobreviventes e será o momento de entender melhor a história de Imogen Hayer, lady Barclay.

Quem acompanha a série já sabe que cada um dos Sobreviventes voltou das Guerras Napoleônicas com vários tipos de sequelas: físicas, psicológicas, emocionais, todas juntas. Enfim, certamente ser um sobrevivente de uma guerra não é nada fácil e essas pessoas que se tornaram amigos em um momento tão difícil apoiam uns aos outros constantemente. Entretanto, mesmo passando pelos livros anteriores era claro que Imogen, a única mulher do grupo, se mantinha ainda distante e tudo que nós leitores sabíamos era que ela havia acompanhado o marido à guerra e também estava junto quando ele foi capturado e torturado e, por fim, ela o viu morrer. Bem, não consigo nem sequer imaginar como deve ser saber que continuará sua vida enquanto seu cônjuge morreu a sua frente. Mas essa dor é ainda mais intensa. Imogen e Dick cresceram juntos, se tornaram grandes amigos e depois se casaram; eram melhores amigos, cúmplices, parceiros. Quando ele decidiu servir na guerra, sequer foi cogitado que Imogen ficasse na Inglaterra e o aguardasse retornar, claro que ela foi com ele. 

Depois de três anos reclusa em Penderris Hall para se recuperar e mais cinco anos tentando viver uma vida normal, Imogen ainda não é a mesma pessoa de antes e, talvez, nunca volte a ser. A verdade é que ela está decidida a viver sua vida. Quando retornou a Hardford Hall, residência de seu sogro e onde morou com o marido, ela deixou claro que não gostaria de viver na casa principal, e sim no chalé da propriedade, onde poderia manter sua privacidade. Além disso, ela passara a visitar mais seus vizinhos, estar presente para as necessidades deles, mas não se casaria novamente; não poderia ser feliz, não se permitiria, não era justo com Dick. Mas suas determinações serão testadas com a chegada do novo conde de Hardford, Percy Hayes.
— Isso não é viver.
— Como chama isso, então? — retrucou Imogen, irritada.
Por que ele não entendia a deixa e voltava a falar sobre o clima?
— Sobreviver — respondeu Percy. — Se tanto. Viver não é só uma questão de permanecer vivo, é? O que importa é o que faz com a vida.
P. 115
Percival Willim Henry Hayes, filho único, mimado e amado ao extremo e muito inteligente sempre teve tudo que quis e até o que não quis. Seus pais contrataram tutores para que sua educação fosse realizada em casa e eles não precisassem ficar distantes. Seus familiares estavam sempre presentes; muitos tios, tias, primos rodeando-o, amando-o, mas ele às vezes sentia que era muito para ele. Percy saiu de casa apenas quando convenceu os pais a ir para Oxford, mas, chegando lá, viu que a última coisa que esperavam dos jovens na universidade era que eles estudassem, mas nem por isso ele mudou seu objetivo, assim, em três anos ele saiu de Oxford com duas graduações. Entretanto, ao sair, tendo então vinte anos, ele decidiu que era o momento de viver como os outros jovens. Passou a sair com vários amigos para noites de bebedeira, aceitar desafios bobos que colocavam em risco sua vida, estar sempre com uma nova amante. Porém, ao completar seu aniversário de trinta anos, Percy está se sentindo absurdamente entediado com sua vida, o que não deveria acontecer com um homem que tem tudo. Assim, completamente bêbado em seu aniversário, ele decide que é o momento de ir a Hardford Hall, na Cornualha, propriedade que herdou com o título de conde de Hardford e visconde Barclay. 
— Acredito que vim à Cornualha na esperança de me redescobrir — revelou ele —, embora não tivesse percebido isso até este momento. Vim porque precisava me afastar da minha vida e descobrir se a partir dos 30 anos eu conseguiria encontrar algum propósito novo e digno.
P. 136
Sem saber nada a respeito da propriedade, Percy escreveu ao seu administrador avisando que estava indo para lá, para que a casa fosse arejada para sua estadia indefinida. Mas imaginem a surpresa dele ao chegar e descobrir que a irmã do antigo conde mora na casa com uma prima, e dama de companhia, e que a viúva do filho do antigo conde também reside na propriedade… tudo o que ele não queria era estar em um lugar remoto da Inglaterra, na beira de um penhasco, com uma vista para um mar revolto e debaixo do mesmo teto que três mulheres desconhecidas. Ah, claro, e cheia de animais abandonados. Sim, lady Lavinia desde a morte do irmão passou a resgatar gatos e cachorros abandonados que apareciam nas imediações, algo que o irmão não permitia enquanto era vivo. 

Enquanto está em Hardford Hall, Percy descobre como Imogen desperta nele seu pior lado, o que também ocorre com ela; eles não tiveram um bom começo e parece piorar a cada dia. Mas, em algum momento, eles também vão descobrir outras coisas, um sobre o outro e definitivamente mudará a maneira como se enxergam. 

O que a gente descobre com o passar dos capítulos é que não é apenas Imogen que precisa encontrar e aceitar a felicidade, Percy, a sua maneira, também precisa se reencontrar e aceitar a felicidade verdadeira, com uma vida com um propósito e, longe do que ele imaginava, estava no caminho para isso tão longe de Londres, na Cornualha. 
Era um som de puro divertimento, e ocorreu a ele, com um sobressalto, que podia estar se apaixonando por aquela mulher — mesmo sem saber muito bem como funcionava aquele negócio de se apaixonar.
P. 200
Mais uma vez a Mary destroçou meu coração com sua narrativa. Os Sobreviventes são personagens com marcas, mas que ainda assim seguem em frente, um dia de cada vez, e essa é a essência da vida, não é mesmo? Não deixar que os obstáculos que encontramos pelo caminho nos façam desistir, devemos ultrapassá-los e continuar em frente. Como diz nossa querida Dory, continue a nadar!

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