Título Original: Leave Me
Autor: Gayle Forman
ISBN: 978-85-01-10765-7
Páginas: 305
Ano: 2016
Tradutor: Ryta Vinagre
Editora: Record
Quando um coração falha, não é apenas o corpo que trai. Mas sonhos desfeitos, amores não vividos, destinos cruzados. Maribeth Klein tem a própria cota de problemas: do marido omisso até a chefe e ”ex-amiga” Elizabeth, passando pelos gêmeos superativos. Ela está sempre tão ocupada que mal percebe um ataque cardíaco. Depois de uma complicação inesperada no procedimento cirúrgico, Maribeth começa a questionar os rumos que sua vida tomou e faz o impensável: vai embora de casa. Longe das exigências do marido, filhos e carreira, e com a ajuda de novos amigos, ela finalmente é capaz de enfrentar o passado e os segredos que guarda até de si mesma.
Resenha
Maribeth Klein tem uma vida super atribulada. Além de ter um casal de gêmeos de apenas quatro anos de idade, ela precisa cuidar das necessidades da casa – já que seu marido não lhe ajuda –, e se virar todos os dias em um escritório onde trabalha editando uma revista. Apesar do corre-corre e do pouco tempo para si mesma, Maribeth consegue dar conta do recado. Porém, sem aviso prévio, Maribeth começa a sentir umas dores no peito e um formigamento no braço, aproveitando que possuí uma consulta médica naquele mesmo dia, ela acaba descobrindo que está tendo um infarto. As coisas se complicam um pouco, e ela precisa fazer uma cirurgia de emergência. Após o susto, Maribeth percebe como dedica muito do seu tempo para os outros, e que está na hora de cuidar de si própria.
– Está tudo bem, querida – disse ela. – A bruxa morre no final. – Como se a morte fosse uma ideia reconfortante para uma criança de 4 anos.
P. 64

– Sabe o que não consigo parar de me perguntar? – indagou ela. – O quê?
– O que teria acontecido se eu já não tivesse uma consulta médica naquele dia? Teria simplesmente continuado a tomar sorvete alegremente e, depois, infartaria mais uma vez e cairia morta?
P. 110
A escrita de Forman é muito boa, e a narrativa fica a cargo e um narrador em terceira pessoa. Os capítulos são relativamente curtos – no total são 72 –, dando fluidez à história, que além da carga dramática, acha um espaço também para o famoso romance, não que este seja o principal foco da obra. A capa também é muito bonita, e sua simplicidade representa bastante o conteúdo do livro, que apesar de ter reviravoltas e dramaticidade, ao mesmo tempo possui um ar despretensioso. O grande problema de “Quando Eu Parti” é que nada nele marca. O livro não é ruim, a escrita não é ruim, as personagens não são ruins… Porém, nada disso é suficiente para torná-lo excelente ou até mesmo memorável. Após terminar a leitura, esse universo fica ali, preso dentro das páginas. Não sei o que poderia ter sido feito, para essa sensação ser diferente, pois como disse, a obra é bastante redondinha e cumpre com o que promete.
Maribeth entendia que merecia sua raiva. Não queria sair pela tangente. Não buscava perdão nem absolvição. Só queria saber em que pé a coisa andava. Ao menos uma vez, saber onde realmente estava. P. 210
Não sendo nem de longe a melhor obra de Gayle Forman, “Quando Eu Parti” é um bom início para uma autora já consagrada que busca novas aventuras em suas empreitadas literárias. Não tenho dúvidas que com o tempo, Forman conseguirá achar a fórmula certa para atingir seu novo público, assim como já encontrou e mostrou talento, ao escrever para os mais jovens.
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