22 dezembro, 2023


[Resenha] Amor, Teoricamente - Ali Hazelwood

Ficha Técnica 

Título: Amor, Teoricamente
Título Original: Love, Theoretically
Autor: Ali Hazelwood
ISBN: 978-65-5565-525-4
Páginas: 368
Ano: 2023
Tradutor: Roberta Clapp
Editora: Arqueiro
Elsie Hannaway é uma física teórica que passou anos de sua vida moldando diferentes versões de si mesma. Em alguns dias, ela trabalha como professora adjunta, na esperança de conseguir um emprego melhor. Em outros, compensa seu ridículo salário oferecendo serviços de namorada de mentira, aproveitando sua habilidade de se adaptar exatamente ao que os outros querem dela.
Apesar das dificuldades, ela consegue equilibrar bem seu cuidadoso “Elsie-verso”… até que ele começa a desabar. E o culpado é Jack Smith, o irritante e atraente irmão mais velho de seu cliente favorito, que acaba se revelando um importante físico experimental e um possível obstáculo para o emprego dos sonhos de Elsie.
Ela está pronta para uma guerra declarada de sabotagens acadêmicas, mas não está nem um pouco preparada para aqueles olhares demorados e penetrantes. E logo ela percebe que não precisa fingir ser outra pessoa quando está com Jack.
Será que ser atraída pela órbita de um cientista vai enfim fazê-la colocar em prática suas mais secretas teorias sobre o amor?

Resenha


Eu estou cada vez mais apaixonada pelos livros da Ali Hazelwood e seus personagens das áreas STEM (acrônimo em inglês para "science, technology, engineering and mathematics"). Para mim, o único pecado dela é não me dar o ponto de vista do outro lado da história, mas ela me cativa tanto, tanto, tanto, que quando eu vejo... já acabei o livro.

Elsie Hannaway tem vinte e sete anos e há dez meses terminou o doutorado em física teórica na Universidade Northeastern, uma universidade top. Mas é claro que ela não imaginava estar na situação atual: ganhando um salário ridículo como professora adjunta — e isso porque ela se divide em três universidades de segunda classe —, recebendo e-mails absurdos de alunos que sequer fazem questão de disfarçar que se interessam pelas suas aulas e saindo com homens que precisam de namoradas de mentira. Sim, namoradas de mentira. 
— Eu sei que você me odeia desde o momento em que a gente se conheceu — disparo.
Ele morde a parte interna da bochecha.
— Ah, é?
— Aham. E quer saber de uma coisa? Não importa se você me odiou logo à primeira vista porque eu te odeio muito antes de a gente se conhecer. Eu te odiei na primeira vez que ouvi seu nome. Eu odiei você aos 12 anos, quando li o que você fez com a Scientific American. Eu te odeio mais, e há mais tempo, e por motivos melhores do que você me odeia.
P. 63
Morar em Boston não é barato e, depois de ter dividido o apartamento com J.J. e precisar desesperadamente de outro lugar para morar, Elsie se viu morando com Ceci, uma linguista que está terminando o doutorado em Harvard, e seu ouriço — mais conhecido como Ouriça. A grana delas é tão curta que, chegou o momento que elas entraram no Faux, um aplicativo que arranja namoradas de mentira para os caras que precisam fingir que têm uma. Para Elsie era moleza, afinal, fingir ser outra pessoa foi algo que ela fez a vida inteira. Ela tem até uma técnica: APE (avalie, planeje, encene). No entanto, ela e Ceci já estão nisso há quatro anos e, embora o Faux tenha uma política de encontros únicos, ela abriu uma exceção para seu melhor cliente: Greg Smith, de quem ela realmente gosta. O único problema é a família dele — mais especificamente o irmão mais velho, Jack, que ela não consegue ler de maneira alguma.

Mas talvez os dias de Faux estejam contados, porque surgiu uma vaga para o Departamento de Física do MIT. Essa pode ser a chance de Elsie de mudar de vida: de ter dinheiro para ter uma alimentação decente, de ter um plano de saúde para cuidar da diabetes tipo 1, para não estar o tempo todo cansada de dar aulas que não gosta mais, para se concentrar no que realmente gosta que é fazer pesquisas e escrever artigos.
— Eu? — Ele inclina a cabeça. — Abertamente odeio teóricos? Eu colaboro regularmente com eles. Respeito o trabalho deles. Admiro vários.
— Me diz um.
— Você. — Ele me captura com seu olhar idiota e observador. — Você é muito impressionante, Elsie.
Meu estômago revira, mesmo sabendo que ele está mentindo. Eu só… não esperava essa mentira tão específica. 
— Duvido que você saiba alguma coisa sobre o meu trabalho.
— Eu li cada palavra que você escreveu.
P. 94
Para chegar lá, no entanto, ela precisará derrotar o outro candidato. E também precisará enfrentar alguém que ela não esperava: Jack Smith.

Jamais passou pela cabeça de Elsie que Jack Smith e Jonathan Smith-Turner, o físico experimentalista de maior renome no meio fossem a mesma pessoa. Afinal, na cabeça dela Jack era professor de educação física, com corpo torneado — totalmente diferente de Greg —, cabelos louros e olhos heterocromáticos (destoando completamente dos outros Smiths). 

Jack sempre prestou atenção em Elsie quando a encontrava nas reuniões de família que Greg a levava e, embora achasse estranho o fato de ela parecer analisar e se adaptar a cada pessoa com quem conversava, ela protegia Greg de todos a sua volta, o que ele também fazia. Por isso, ele não sabia se gostava do irmão estar com ela ou não. Além disso, havia o fato de que ele estava cada dia mais intrigado com ela, cada vez mais fascinado e curioso. Mas, descobrir que Elsie não era bibliotecária e sim uma física e estava se candidatando a um cargo onde ele trabalhava era demais. Principalmente porque Greg estava fora da cidade e afastado de qualquer contato, ou seja, Jack teria que esperar até ele voltar para contar ao irmão que a namorada dele era uma mentirosa!
— É mais fácil assim, né?
— O quê?
— Nunca mostrar a ninguém quem você realmente é. —  Ele me observa com calma. Paciência. (…) — Assim, se alguma coisa der errado, se alguém te rejeitar, não vai ter sido por sua causa, certo? Quando somos nós mesmos, ficamos expostos. Vulneráveis. Mas quando a gente não se abre… Perder é sempre doloroso, mas saber que você não deu o seu melhor torna a situação suportável.
P. 146-147
Acharam pouco? Vamos colocar mais lenha na fogueira: há quinze anos, sim, Jack tinha apenas dezessete anos na época, Jack escreveu um artigo que foi publicado na Anais da Física Teórica, uma revista de prestigio na área e o Dr. Christophe Laurendeau era o editor na ocasião. Isso criou uma rixa sem tamanho entre os físicos teóricos e os físicos experimentalistas e, principalmente, depois desse artigo, as verbas, vagas de emprego foram caindo gradativamente para os físicos teóricos. Como Jack nunca se pronunciou publicamente sobre o assunto, e ele é um físico experimentalista que atacou a física teórica no artigo, não havia dúvida para quem estava de fora sobre qual era a opinião dele, correto? Pois então.

Agora, aos trinta e dois anos, chefe do Instituto de Física do MIT, esse artigo voltará a assombrá-lo, pois, Elsie nunca o esqueceu. Para piorar, o Dr. Laurendeau foi o orientador dela no doutorado e ela se sente grata a ele por sua carreira e por seus empregos — mesmo que ela não goste e que ele NUNCA acerte o nome dela. Ele se tornou seu mentor.
— Está bem, então. Sinceridade. — Ele inclina meu rosto para trás, os lábios roçando na minha orelha. — Eu quero você, Elsie. O tempo todo. Eu penso em você. A. Porra. Do. Tempo. Todo. Estou distraído. Estou indo mal no trabalho. E meu primeiro instinto, na primeira vez que te vi, foi sair correndo. Porque eu sabia que, se isso começasse, nunca mais ia parar. E é exatamente assim. Não existe nenhum universo onde eu desista de você. Quero estar com você, em você, a cada segundo, todo santo dia. Eu penso… eu sonho com coisas malucas. Quero que se case comigo amanhã pra poder entrar no meu plano de saúde. Quero passar semanas trancado no quarto com você. Quero ir no mercado e comprar as coisas que você gosta. Quero parecer tranquilo, como se estivesse atraído por você e não completamente obcecado, mas não é o que está acontecendo. Não mesmo. E eu preciso que você mantenha a gente sob controle. Preciso que você mantenha a gente na linha, porque eu não sei onde a gente vai dar… mas já cheguei lá. Eu já cheguei lá.
P. 352
Se ele realmente estiver interessado nela, eles precisarão enfrentar alguns obstáculos pelo caminho. Mas se tem uma coisa que é importante dizer que é a influência deles é benéfica na vida um do outro mesmo que eles se conheçam a pouco tempo. Porém eu torci muito mesmo para que eles conseguissem enfrentar os muitos traumas, as barreiras que foram criando ao longo dos anos para se proteger e chegassem juntos a mesma página para encontrar a merecida felicidade, porque realmente eles mereciam.

Claro que já quero mais, quero ler Xeque-mate e saber o que a próxima história me reserva.


P.S.: Se quiser adicionar esse livro na sua lista de leitura do Skoob basta clicar na capa que você será redirecionado para a página do livro no Skoob. 😉

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