13 agosto, 2022


[Resenha] Será Que é o Meu Número? - Julie Murphy

Ficha Técnica 

Título: Será Que é o Meu Número?: uma história moderna da Cinderela
Título Original: If the Shoe Fits
Autor: Julie Murphy
ISBN: 978-65-5609-199-0
Páginas: 304
Ano: 2022
Tradutor: Marcia Men
Editora: Universo dos Livros
Cindy ama sapatos. Seja com um laço no lugar certo ou um salto chique de madeira, é com eles que ela consegue se expressar. Mas ser uma mulher plus size obcecada por moda não é fácil. Ela nunca encontra roupas de marca que funcionem em seu corpo — embora um par de sapatos especial sempre lhe sirva perfeitamente.
Com um recém-obtido diploma em design de moda, mas nenhum emprego à vista, Cindy se muda de volta para a casa da madrasta, Erica Tremaine, a produtora-executiva do maior reality show de namoro do mundo, o Antes da meia-noite. Quando uma das participantes da nova edição desiste de participar do programa no último minuto, Cindy é jogada sob os holofotes. Exibir sua coleção matadora de sapatos em rede nacional parece uma ótima maneira de impulsionar a carreira. E, já que ela está ali, por que não aproveitar alguns encontros luxuosos com um solteiro cobiçado?
No entanto, ser a primeira e única participante gorda em Antes da meia-noite a transforma em uma sensação viral — e num ícone do movimento body positive — da noite para o dia. E o mais inacreditável? Ela pode realmente se ver apaixonada por esse Príncipe Encantado. Para chegar até o final, além de encarar os fãs, os haters e uma casa cheia de outras participantes em quem ela não tem certeza se pode confiar, Cindy terá de dar um salto no escuro e torcer para que seus saltos — e seu coração — não se quebrem no processo.

Resenha


Quando vi a capa e a sinopse do livro eu sabia que precisava ler essa história — mesmo sendo uma releitura de um conto de fadas, algo que eu sinceramente não sou muito fã. E que maravilha que eu fiz isso, gente, porque Será Que é o Meu Número? me conquistou desde o início, as semelhanças com o conto são muito poucas — e nada como se sentir representada, não é mesmo?😊

Cindy Woods sempre foi muito amada por seus pais que muito esperaram por seu "milagre" e viveu feliz enquanto teve os dois em sua vida, mas o câncer levou sua mãe quando ela tinha apenas sete anos e por anos sua família ficou resumida a ela e o pai até que ele conheceu Erica Tremaine, e o namoro levou ao casamento. Assim, a família de Cindy cresceu e ela ganhou uma madrasta e duas meias-irmãs: Anna e Drew. Porém, mais uma vez a vida de Cindy mudou drasticamente quando, ainda no ensino médio, o pai morreu em um acidente de carro. 
— Desde pequena, eu adorava o modo como as roupas podem transformar uma pessoa. Eu… sempre fui gorda. Rechonchuda, como meu pai dizia. E as pessoas são muito rápidas em tirar conclusões a meu respeito, antes mesmo de eu abrir a boca. Meu estilo é uma chance de eu me expressar e, talvez, até fazer alguém repensar seu julgamento apressado. Mas essa é só uma parte do motivo. Eu amo as linhas. Amo que seja arte que você pode vestir. Odeio como a arte pode parecer distante e inacessível, mas você pode entrar numa Target e sair de lá vestida como uma obra de arte. Isso é algo que todo mundo pode fazer.
Posição 40%
Como eu disse antes, as semelhanças com o conto de fadas são poucas, então, por mais que haja uma certa dificuldade de adaptação entre Cindy e a nova família, elas se dão bem e há também o fato de que Erica levou adiante o desejo de Simon de ter mais filhos. Assim, como eles haviam decidido ter filhos com uma barriga de aluguel (e o procedimento seria feito uma semana depois do acidente que ele sofreu), agora Cindy tem mais três meios-irmãos, os trigêmeos Gus, Mary e Jack.

Quando a história de fato se inicia, Cindy tem vinte e dois anos, é uma jovem recém-formada na Parsons School of  Design, mas está absolutamente perdida profissionalmente e tudo por causa da última visita de férias que fez a sua casa, quando reencontrou pertences de seus pais e o luto a abateu fortemente e sua criatividade e inspiração a abandonou de uma forma que ela mal conseguiu se formar. E é por isso que ela acredita que não tenha recebido qualquer proposta de emprego e está deixando Nova Iorque e voltando para Los Angeles, onde temporariamente ajudará Erica como babá dos trigêmeos, pois a babá deles foi embora e desde então houve uma rotatividade imensa no cargo nos últimos dois meses.
— Está óbvio assim? — pergunto. — Que eu gosto dele?
É a primeira vez que estou admitindo isso, até para mim mesma.
Drew revira os olhos.
— Você foi a última a receber um pergaminho e desfilou até lá, deu um longo abraço nele, um beijo no rosto e cochichou no ouvido dele. Você basicamente marcou território. Foi bem sexy, e confie em mim: se você não tinha um alvo nas costas antes disso, agora tem.
Posição 33% 
Embora ela não quisesse deixar a cidade que foi seu lar nos últimos quatro anos, nem sua melhor amiga Sierra, o voo de volta para casa lhe reservou uma grata surpresa, um príncipe encantado, educado e charmoso que a salvou de voar ao lado de um cara folgado.😏Chegar em casa também lhe mostrou o quanto era amada por seus irmãos e também trouxe uma novidade: o reality show de namoro no qual Erica é a produtora-executiva, o Antes da meia-noite, perdeu duas participantes e pode ser a sua chance de aparecer e, quem sabe, ganhar visibilidade para o mercado da moda, pois para o namoro ela não acreditava mesmo que um reality show fosse a solução.

É assim que ela, Anna e Drew entram no programa — claro que não como filhas de Erica para o público —, mas para Cindy há um agravante na situação: ela é a primeira participante gorda do programa e ninguém estava preparado para isso.

Cindy sempre esteve acima do peso considerado ideal, mas também sempre adorou moda — além de ser obcecada por sapatos — então não é fácil amar tanto tudo isso e não encontrar roupas que sirvam no seu corpo, mas os sapatos não têm esse problema (e eu também sempre preferi comprar sapatos do que roupas, tão mais simples e menos assustador…). Quando ela chega no programa, logo percebe que o guarda-roupa deles não está preparado para ela, ainda que em algumas ocasiões eles deveriam lhe fornecer um figurino e isso me deixava morta de raiva — assim como Cindy —, mas nossa querida protagonista sabia se virar com uma tesoura e linha na mão e eu, mesmo vindo de uma família de costureiras e alfaiates, se me der esses itens, não consigo nem salvar a minha vida.😂

Pois bem, Cindy estava no programa com uma missão, mesmo que fosse para ser eliminada na primeira rodada com outras seis candidatas, ela mostraria um visual maravilhoso e um sapato de criação própria. Ela só não imaginava que o solteiro da edição seria o seu príncipe encantado do voo de Nova Iorque a Los Angeles: Henry Mackenzie.😍
Não sou o tipo de garota que toma a iniciativa. Não porque não queira ser ou por pensar que haja algo de errado nisso, mas porque nunca tive coragem o bastante. O medo da rejeição sempre me prendeu no lugar, esperando que o cara se arrisque primeiro. Mas vim até aqui e, se eu for para casa amanhã à noite sem ter beijado Henry Mackenzie, vou me perguntar pelo resto da vida como isso poderia ter sido.
Posição 49% 
A surpresa é mútua, mas, já tendo acontecido de em outra edição o solteiro ter conhecido uma das participantes em um evento antes do reality, eles seguiram como se não se conhecessem, entretanto, com o passar dos dias e das gravações, podia se perceber que havia uma química entre Henry e Cindy. Porém, havia outras mulheres disputando o coração dele também.

Henry é filho de uma grande estilista que, coincidentemente, também estudou na Parsons e de quem Cindy é fã, mesmo que a grife LuMac não produza uma peça sequer no tamanho plus size, e ele, depois de ter estudado administração em Harvard, ingressou nos negócios da família e está aos poucos assumindo cada vez mais a dianteira nas decisões; inclusive estar em um reality show não foi uma decisão fácil nem pessoal e sim profissional.

Como a história é narrada no ponto de vista da Cindy, a gente não sabe o que se passa do lado do Henry, então toda a insegurança que ela sente em relação a ele é o que sentimos, inclusive, gente, que difícil e fácil foi ler esse livro porque em muitos momentos me vi nas mesmas situações. Nossa! Eram nos momentos de insegurança e frustração que eu mais me identificava, e me distanciava nos momentos criativos/fashions, mas foi tão intenso que li o livro em apenas um dia.
— (…) Cindy, sempre foi você. Era você desde o momento em que nos encontramos, ainda no nosso portão no aeroporto.
(…)
— (…) Eu não previ você. Não sabia que alguém como você podia existir. Cindy, estar com você me faz sentir como se eu pudesse respirar tranquilo.
Posição 98%
Esta adaptação foi incrível e para mim pouco me lembrei que era uma adaptação, sério mesmo e foi ótimo por isso. Cindy, querida, vem aqui me ajudar nas minhas sessões de terapia, please. Julie, amei demais essa história e já vi que o livro faz parte da série Meant to Be e que o outro livro traz uma jovem negra que trabalha em uma editora (Oi? Se ela junta as duas eu digo que sou eu 😂) e claro que já quero ler, né? Universo dos Livros, traz aí também, por favor!


P.S.: Se quiser adicionar esse livro na sua lista de leitura do Skoob basta clicar na capa que você será redirecionado para a página do livro no Skoob. 😉
Comentários
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2 comentários:

  1. Oi, Layane!
    Confesso que não sou sou fã do conto de fadas da Cinderela, por isso fico contente em saber que a história de Cindy tem poucas semelhanças com o conto pois fiquei interessada em Será que é o Meu Número?... Bjos!

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    Respostas
    1. Eu não curto quando os livros são inspirados assim, sabe? Mas esse não tem praticamente nada mesmo, Any, você vai ver quando ler, muito bom mesmo, mal dá para lembrar dessa "inspiração".
      Bjs

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