[Resenha] O Aristocrata - Julia Quinn

Ficha Técnica 

Título: O Aristocrata
Título Original: Mr. Cavendish, I Presume
Autor: Julia Quinn
ISBN: 978-65-5565-274-1
Páginas: 272
Ano: 2022
Tradutor: Livia de Almeida
Editora: Arqueiro

 

A duologia completa em um único volume.
As duas histórias desta duologia acontecem exatamente ao mesmo tempo, portanto podem ser lidas na ordem em que você preferir.

Amelia Willoughby é noiva de Thomas Cavendish, o duque de Wyndham, desde bebê. Enquanto espera que ele enfim arrume um tempo para se casar, fica claro que isso não é uma prioridade para ele.
Bem quando Thomas percebe que Amelia é muito mais do que uma mera conveniência, seu mundo é virado do avesso pelo aparecimento de seu primo há muito perdido, que pode ser o verdadeiro duque.
Caso isso se confirme, então Thomas não será mais nem o duque nem o noivo de Amelia. Isso seria uma cruel ironia do destino, porque ele cometeu um erro imperdoável: se apaixonar pela própria noiva.

Resenha

Como disse na resenha de O Fora da Lei, eu optei por começar por ele para ler a duologia Os Dois Duques de Wyndham e digo agora que foi a melhor escolha que fiz. Embora haja uma mensagem de que não há ordem, na minha mente fez muito mais sentido assim.

Thomas Adolphus Horatio Cavendish é o sétimo duque de Wyndham e, desde que se entende por gente — ou talvez antes disso — ele foi preparado para ocupar esse posto de um dos homens mais poderosos e influentes da Inglaterra. Também desde que era criança foi decido (e selado um contrato) que ele se casaria com lady Amelia Honoria Rose Willoughby, segunda filha mais velha do conde de Crowland. Bem, sabendo disso, ele nunca teve muita pressa em concretizar o casamento, Amelia sempre esteve ali, mas ele havia se colocado o limite de que casaria com a jovem quando ela completasse vinte e um anos — o que já aconteceu, ele não se deu conta e, vamos combinar, era um absurdo na época uma jovem chegar àquela idade sem estar casada. No entanto, ao encontrar a noiva em um baile e rejeitado para dançar com ela foi tão inesperado que fez com que Thomas enfim parasse e olhasse de verdade para Amelia, e o que ele viu realmente o agradou.

— Então, faça isso.

— Está falando como a minha avó.

Amelia segurou o queixo dele, obrigando-o a ficar parado até os dois se encararem, olho no olho.

— Nunca mais diga isso.

Ele piscou.

— Gostei do seu jeito mandão.

P. 99

Desde os seis meses de vida que Amelia está prometida em casamento ao sétimo duque de Wyndham e ela foi criada e preparada para ser a duquesa, mas, aos vinte e um anos, ela está cansada de esperar pelo duque — mesmo que não possa fazer nada a respeito disso. Ela sabe muito a respeito dele, porém, o que ela queria de verdade era que ele desejasse conhecê-la. No entanto, quando se recusa a dançar com ele no baile da reunião social de Lincolnshire, ela não imaginava que Thomas começaria a olhar para ela. O problema? Ah! Há mais de um aqui. O primeiro é que Amelia se dá conta da possibilidade de seu noivo adiar o casamento há tanto tempo porque está apaixonado por Grace Eversleigh, a dama de companhia da duquesa viúva e o segundo é que, no retorno para Belgrave depois desse mesmo evento, Grace e a avó de Thomas são abordadas por um salteador, que na verdade pode ser um primo dele e o verdadeiro duque de Wyndham. Ou seja, se isso se comprovar, ele não é mais noivo de Amelia — e justo agora.

— Eu acho que, se demonstrava um desejo por mais conhecimentos, deveria ter podido adquiri-los — respondeu ele em um tom de voz suave e determinado.

E foi naquele momento. Ela não percebeu de imediato. Na verdade, ela não perceberia — ou melhor, ela não se permitiria perceber — por muitas semanas ainda. Mas foi naquele momento que ela se apaixonou por ele.

P. 132

A notícia de um novo parente poderia ser algo bom para Thomas, afinal, sua família se resume a ele e a avó e é notável que eles não se toleram — aliás, eu não consigo entender como ele aguenta viver na mesma casa que ela, sendo que ele nem precisaria fazer isso —, mas a chegada desse “primo” pode mudar sua vida completamente, pois se Jack Audley for de fato o duque de Wyndham, quem é ele? Apenas o Sr. Thomas Cavendish? O que ele teria sendo filho de um terceiro filho de um duque?

O que importava era que o episódio fizera com que Thomas se aproximasse dela e talvez tivesse feito com que ela se aproximasse de si mesma.

Ela despertara. Depois de anos de sonambulismo, despertara.

P. 154

Enquanto tenta descobrir a verdade sobre Jack, Thomas se encanta cada vez mais pelo que conhece de Amelia e a possibilidade de perdê-la o atormenta cada vez mais. Entretanto, ele foi criado para fazer o que é certo, independente dos seus próprios desejos e por isso é tão difícil para Amelia entender o que se passa com o noivo.

Esse período também é de autoconhecimento para Amelia, que passa a mostrar um pouco mais de si mesma — na medida do aceitável para a época —, mas quando ela está com Thomas, ela consegue ser ela mesma, e isso traz uma felicidade sem tamanho.

Entretanto ele não gostou do tom de voz, tão manso e apropriado. Queria de volta a outra Amelia, aquela que se debruçara sobre velhos atlas empoeirados junto com ele, com os olhos iluminados de alegria por suas novas descobertas. Aquela que rira com Harry Gladdish — que rira dele!

Engraçado. Nunca tinha pensado que valorizaria tanto numa esposa a disposição para rir dele, mas era verdade. Não queria ser colocado num pedestal. Não por ela.

P. 168

Desde o início da leitura da duologia somos alertados de que é a mesma história nos dois livros e que em muitos casos as cenas se repetiriam nos dois livros, por isso, na minha humilde opinião, a Julia deveria ter escrito apenas um livro e alternado os capítulos com os quatro protagonistas, mas digo, adorei todos eles, Thomas, Jack, Amelia e Grace. Já a viúva… ah, gente, nem toda avó é fofinha, como Thomas faz questão de lembrar rsrsrs.

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