25 maio, 2022


[Resenha] A Espiã da Realeza - Rhys Bowen

Ficha Técnica 

Título: A Espiã da Realeza
Título Original: Her Royal Spyness
Autor: Rhys Bowen
ISBN: 978-65-5565-270-3
Páginas: 272
Ano: 2022
Tradutor: Livia Marina Koeppl
Editora: Arqueiro
Apesar de ser a 34ª na linha de sucessão ao trono inglês, lady Victoria Georgiana Charlotte Eugenie de Glen Garry e Rannoch – Georgie para os íntimos – está totalmente falida. Para continuar se mantendo, ela tem duas opções: se casar com um príncipe com cara de peixe ou se tornar acompanhante de uma tia idosa e reclusa.
Georgie se recusa a aceitar qualquer um desses destinos deprimentes e decide ir sozinha para Londres em busca de emprego e liberdade.
Mas antes que consiga qualquer uma dessas coisas, é convocada para um chá com a própria rainha, que a incumbe de espionar o príncipe de Gales e sua amante americana.
Enquanto tenta se desdobrar para arranjar um trabalho remunerado e ao mesmo tempo bancar a detetive para Sua Majestade, Georgie chega em casa um dia e encontra, morto em sua banheira, o francês arrogante que estava reivindicando a posse da propriedade ancestral dos Glen Garry e Rannoch.
Agora ela terá que usar seus dotes investigativos recém-descobertos para provar a inocência de sua família e limpar seu sobrenome. Para isso, contará com a ajuda de um avô de sangue nada azul, de uma antiga amiga de escola e de um irlandês bonitão de linhagem nobre porém tão pobretão quanto ela.

Resenha


Mistérios em Série é a nova coleção da Editora Arqueiro e eu escolhi A Espiã da Realeza, da Rhys Bowen para me aventurar nela. 

Lady Victoria Georgiana Charlotte Eugenie é filha do duque de Glen Garry e Rannoch e 34ª na linha de sucessão ao trono inglês, mas sua vida está longe de estar em encaminhada. Quando a mãe fugiu do Castelo de Rannoch quando Georgie era uma criança e iniciou sua interminável sucessão de casos amorosos, o duque foi ladeira abaixo até culminar na perda da fortuna e suicídio. Assim, ela e o meio-irmão, Hamish (que os mais próximos chamam pelo apelido Binky) ficaram completamente falidos. Por isso, ao completar vinte e um anos — ainda que tenha sido apresentada à sociedade como era esperado, mesmo que fosse apenas pequenos bailes no castelo da família na Escócia — Binky tirou a mesada de Georgie e ela se vê praticamente morando de favor no castelo, afinal, sua cunhada Hilda (conhecida como Fig) está quase fazendo dela uma empregada para economizar dinheiro. Mas, a gota d'água para Georgie foi quando ela ouviu por acaso que a rainha estava interessada que ela se casasse com o príncipe Siegfried da Romênia, alguém a quem ela havia sido apresentada quando estudava na escola de etiqueta na Suíça, e a antipatia foi mútua. Além de tudo, os herdeiros do trono da Romênia vinham morrendo rapidamente, ou seja, era bem provável que ele não chegasse vivo ao próximo ano — sem querer ser pessimista, mas já sendo.

Como vocês podem imaginar, a situação pedia uma medida desesperada, assim, ela inventou a necessidade de ir a Londres para um casamento, mas na realidade não tinha a menor intenção de retornar. Seu objetivo era conseguir um emprego (mesmo que não saiba fazer nada), ter uma renda para se sustentar e seguir com sua própria vida. Porém, as coisas serão um pouco mais difíceis do que ela imagina: ao chegar a Rannoch House — a residência da família em Londres, onde pretende ficar temporariamente acampada até conseguir um lugar seu para morar — descobre que, sem um criado, ela não sabe acender a caldeira, o fogão, cozinhar, pedir leite nem qualquer outra coisa, além de que uma mulher não deve morar sozinha. Acrescente a isso o fato de que ela não tem dinheiro para comprar qualquer comida nem para contratar a emprega como ela disse ao irmão que faria. E claro que a rainha também a chamou no palácio e pediu que ela vigiasse o filho, o Príncipe de Gales, que está tendo um caso com uma mulher casada. Pouco? Vamos colocar mais lenha nessa fogueira: Georgie encontra o corpo de um homem morto na banheira de sua casa e Binky se torna o principal suspeito do assassinato. Está bom para vocês?
Para quem não sabe, toda jovem de boa família tem sua temporada — uma série de bailes, festas e outros eventos esportivos nos quais ela debuta na sociedade e é apresentada à corte. É uma forma educada de anunciar: “Aqui está ela, rapazes. Agora, pelo amor de Deus, alguém a peça em casamento e a leve daqui.”
P. 10
Enquanto está em Londres, Georgie contará com o suporte da amiga dos tempos do colégio, Belinda Warburton-Stoke, que agora mora sozinha em um pequeno chalé e é uma aspirante a estilista que quer aproveitar ao máximo tudo que Londres — e os jovens estrangeiros — podem lhe proporcionar. Com isso ela reencontra também algumas pessoas: o honorável William Darcy Byrne O'Mara (que ela conheceu em um dos seus bailes de debutante), Tristram Hautbois (pupilo de sir Hubert Anstruther, um dos maridos da mãe e certamente o único que em algum momento se preocupou com Georgie e até tentou adotá-la) e ela até reencontrou a mãe.

Georgie é uma personagem destemida e realmente está determinada a tomar as rédeas da própria vida, mesmo que isso seja absolutamente diferente de tudo que lhe ensinaram, ela não se importa em colocar a mão na massa, mas no assunto investigação ela está engatinhando e acredito que isso se deva ao fato de ela ter praticamente sido obrigada a isso, pois as descobertas acontecem quase que ao acaso (pelo menos pareceram para mim). Outro personagem que gostei muito foi o avô materno de Georgie, ele é um ex-policial e é um fofo. Entretanto, os outros personagens tiveram muitos contras: Fig é insuportável, se acha superior apenas por ter uma linhagem impecável; Binky não vê a realidade debaixo dos próprios olhos, embora saiba que não têm quase nenhum dinheiro, quando Georgie menciona que busca um emprego, ele acha um absurdo, não percebe que as coisas precisam mudar urgentemente; Belinda quer ser uma estilista mas não parece se dedicar tanto a isso (leiam e entenderão o que quero dizer); Darcy não tem um tostão e vive de entrar de penetra em festas para comer e não pensa em nada para mudar isso e Tristram, sempre que aparece ou se oferece para sair com Georgie ou é para reclamar do estágio que o tutor arranjou. Sinceramente, chatos. Não gostei deles. Mas isso é um gosto pessoal.
— Estou contando com você, Georgiana. Seu irmão é um rapaz decente, mas não foi dotado de muita massa cinzenta. Você, por outro lado, sempre teve sagacidade e inteligência de sobra. Use-as em benefício do seu irmão, senão ele vai acabar confessando um crime que não cometeu.
Isso tudo era verdade.
— Estou fazendo o que posso, Vossa Majestade, mas não é fácil.
P. 203
Outra questão pessoal, eu achei que foram muitas coisas abordadas no livro — fuga de casa com busca de emprego, assassinado, espionagem para a rainha — e algumas coisas não foram aprofundadas no caminho ou até deixadas de lado. Como se trata de uma série — e uma série grande pelo que vi. A Espiã da Realeza tem pelo menos quinze livros até o momento — eu espero que alguns pontos voltem a ser abordados, uma vez que a questão do assassinato pelo menos é resolvida aqui.

Em resumo, eu gostei da história e principalmente gostei de Georgie e acredito que ela é uma personagem que amadurecerá e deve aprender muito para seguir com as próximas investigações.


P.S.: Se quiser adicionar esse livro na sua lista de leitura do Skoob basta clicar na capa que você será redirecionado para a página do livro no Skoob. 😉
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