Ficha Técnica
Título: Um Menino Chamado NatalTítulo Original: A Boy Called Christmas
Autor: Matt Haig
Ilustrações: Chris Mould
ISBN: 978-65-5500-589-9Páginas: 240
Ano: 2020
Tradutor: Débora Isidoro
Editora: Ciranda Cultural
Nikolas, de onze anos, apelidado de Natal, recebeu apenas um brinquedo na vida, mas ele é um garoto feliz, porque o ganhou de seus pais, que o amam. Certo dia seu pai desaparece e Nikolas precisa viajar para o Polo Norte para salvá-lo. Ao longo do caminho, o menino vive grandes aventuras e descobre um mundo novo em uma aldeia de elfos. Porém essas criaturinhas têm seus próprios problemas: o espírito natalino e a boa vontade estão em baixa, e Nikolas pode ser a única pessoa capaz de consertar as coisas… Um Menino Chamado Natal é um novo e atrevido clássico de Natal do aclamado autor Matt Haig e do ilustrador Chris Mould.
Resenha
Livro lindinho de Natal para aquecer o coração? Sim, temos! Eu não sou dessas que espera o Natal para ler e assistir filmes do gênero, se eu estou com vontade, vou lá e leio ou assisto, com streaming então… nem sei dizer para vocês quantas vezes assisti O Grinch esse ano, a versão do Jim Carey e a animação, Operação Presente, O Expresso Polar, Klaus e claro que assisti todos os outros que estrearam recentemente.
Em Um Menino Chamado Natal vamos conhecer Nikolas, um garoto de 11 anos que mora na Finlândia com seu pai, Joel, o lenhador. Depois que a mãe morreu na floresta, o pai é toda a família que Nikolas, bem, na verdade ele tem uma tia também, Carlotta, irmã mais velha de seu pai, mas ele não gosta nem um pouco dela, então vamos contar que a família se resume ao pai, certo? Eles vivem em uma casa de um único cômodo, as refeições são sempre escassas, mas, mesmo com toda dificuldade, Nikolas tenta ser feliz. Ele é um garoto que acredita e aí está a beleza: acreditar. Assim como acredita em duendes, trolls e pixies, Nikolas também acredita na felicidade verdadeira.
— Para ver alguma coisa, você tem que acreditar nela. Acreditar de verdade. Essa é a primeira regra do duende. Você não pode ver alguma coisa em que não acredita. Agora faça um esforço e tente enxergar o que estava procurando.P. 90
Nikolas nasceu no dia de Natal e por isso seu pai o apelidou de "Natal" — Joel tinha o costume de dar apelidos às pessoas, sua esposa era "Pão Doce" —, mas desde que a esposa faleceu Joel deixou de chamá-lo assim. Por quê? Não sabemos, mas é algo que faz falta a Nikolas: o sorriso da mãe, as brincadeiras do pai. Ainda assim, Nikolas amava o pai e viver com ele, sair com ele e colher frutas e cogumelos enquanto o pai cortava árvores, amava os únicos presentes que já havia ganhado: um trenó com seu apelido entalhado, que sempre ficava do lado de fora, por causa da falta de espaço na casa, e seu boneco que a mãe entalhou em um nabo velho. Amava ainda o momento antes de ir dormir, quando seu pai lhe contava uma história, mesmo que ele sempre pedisse a mesma história.
Porém, as coisas saíram mais dos trilhos no dia que eles receberam a visita de um caçador com uma oferta: ir em uma expedição ao Extremo Norte em busca de provas de que a Vila dos Duendes existe e ganhar a recompensa que o rei está oferecendo. Joel vê aí uma grande oportunidade para ganhar dinheiro suficiente para melhorar a vida deles. Mas é claro que ele não permitiria que Nikolas fosse com ele, afinal, muitas pessoas já foram ao Extremo Norte, mas não há notícias de quem tenha voltado de lá. Assim, resta a Nikolas ficar em casa com tia Carlotta enquanto o pai não volta, uma viagem que deve durar pelo menos três meses.
Então ele soube que as coisas terríveis, mesmo as mais terríveis, não podiam fazer o mundo parar de girar. A vida continuava. E ele prometeu a si mesmo que, quando ficasse mais velho, tentaria ser como a mãe. Colorido, feliz, bom e cheio de alegria.Era assim que a manteria viva.P. 135
Viver com tia Carlotta não é fácil. A mulher o coloca para dormir do lado de fora, o pouco de frutas e cogumelos que consegue colher dá apenas para Nikolas fazer uma refeição para a tia e ele come pouquíssimas na floresta, enfim, ele aguenta até o dia em que a tia diz que o pai não voltará, assim como todos os outros tolos que já foram ao Extremo Norte, afinal, já tem mais de três meses que ele viajou. Nikolas decide então ir atrás do pai. E aí a aventura começa.
Nikolas e seu único amigo, o rato Miika, partem rumo ao Norte, no frio congelante da Finlândia, sem bagagem, apenas com a roupa do corpo e se alimentando do que consegue colher no caminho. O que o mantém firme é o desejo de encontrar o pai. E no caminho ele encontra uma rena, que batiza de Blitzen, que se torna sua amiga também e o ajudará na difícil jornada.
— (…) O mundo inteiro, ou o mundo de onde eu vim, o mundo dos humanos, é cheio de coisas más. Tem sofrimento, ganância, tristeza, fome e maldade por todos os lados. Tem muitas, muitas crianças que nunca ganham presentes e que têm sorte quando comem mais que umas colheradas de sopa de cogumelo no jantar. Elas não têm brinquedos para brincar e vão dormir com fome. Crianças que não têm pais. Crianças que têm que morar com uma pessoa horrível como minha tia Carlotta. Em um mundo como esse, é muito fácil seu mau. Então, quando alguém é bom ou generoso, isso já é mágica. Dá esperança às pessoas. E esperança é a coisa mais maravilhosa que existe.P. 126-127
A jornada de Nikolas, sua chegada a Vila dos Duendes e tudo o que descobre nesse período confirma muito do que ele sempre acreditou, mas também põe em prova muitas outras coisas e caberá a ele se manter firme no que acredita. Essa é minha parte favorita do livro, mas não posso dar spoilers aqui, porque o maravilhoso é fazer a jornada com ele, crescer, aprender, descobrir.
O objetivo de Matt neste livro é nos apresentar a história de Pai Natal, como ele ganhou esse nome, como se tornou o que hoje conhecemos como Papai Noel, ou seja, o final a gente já conhece, por isso o durante é o que faz toda a diferença. Ele nos leva de uma maneira tão simples, que, quando nos damos conta, estamos no meio do século XIX com Nikolas, Miika, Blitzen, Pequena Noosh, Pai Topo e todos os outros personagens.
E, onde havia magia, sempre havia um jeito.E desta vez ele soube que o encontraria. Passou a noite inteira acordado pensando nisso, depois parou de pensar e começou a acreditar nisso. Acreditava tão completamente que já era real. Era inútil tentar pensar em um jeito, porque era impossível. E o único jeito de realizar o impossível não era pela lógica ou pelo pensamento sensato. Não. Era acreditando que podia ser feito. Acreditar era o método. Você pode parar o tempo, expandir chaminés, até viajar o mundo em uma só noite, com a magia e a fé dentro de você.P. 228
Se você ama histórias de Natal, garanto que não dá para perder a história de Nikolas e o principal, vale levar para a vida o que Pai Topo nos diz:
— (…) Uma impossibilidade é só uma possibilidade que você ainda não entendeu.P. 89
P.S.: Se quiser adicionar esse livro na sua lista de leitura do Skoob basta clicar na capa que você será redirecionado para a página do livro no Skoob. 😉
Vou ser sincera contigo, também assisto filmes natalinos principalmente, quando dá vontade rs(aliás, vivo dizendo a mim mesma que Natal é todo dia)
ResponderExcluirDescobri nesse ano de 2020 que não tenho livros temáticos de Natal, por isso, amei a dica desse livro que parece ser fofinho e delicado, na medida que o mês de Dezembro merece!!
Vai pra listinha de desejados com certeza!
Beijo
E oh, um feliz 2021 viu?? Tudo de mais lindo e feliz, com saúde e cura!
Angela Cunha/O Vazio na flor