Ficha Técnica
Título: Um Conto de NatalTítulo Original: A Christmas Carol
Autor: Charles Dickens
ISBN: 978-85-943-1877-0Páginas: 96
Ano: 2019
Tradutor: Silvio Antunha
Editora: Principis
Scrooge trabalha em um escritório em Londres com o seu empregado Bob Cratchit, pai de três filhos e do pequeno Tim, que tem problemas nas penas. Na véspera do Natal, enquanto todos preparavam-se para a celebração, Scrooge, um homem avarento que domina o Natal, não via razão para tanta alegria. Até que recebe a vista do fantasma do seu falecido sócio, que se arrependeu de não ter sido bom e nem generoso em vida e acha que Scrooge tem uma chance. Segundo o fantasma, Scrooge receberá a vista de três fantasmas, que o levarão a uma viagem pelo presente, passado e futuro, para tentar salvá-lo enquanto é tempo.
Resenha
Meu primeiro contato com a escrita do Charles Dickens foi com Um Conto de Natal e nada melhor do que esse livro nesta época, não é mesmo? Ele foi o escolhido para ser o livro do clube de dezembro e que maravilha foi ler essa história. Ainda que tenhamos diversos filmes sobre a história de Ebenezer Scrooge, ler sempre traz uma emoção diferente.
Ebenezer Scrooge é um homem ranzinza que vive para trabalhar. Sua única família é um sobrinho, com quem ele não faz a menor questão de conviver, no seu escritório tem apenas um funcionário, Bob Cratchit, a quem ele paga um salário irrisório e mal permite que ele use carvão na lareira para se esquentar, mesmo que o inverno esteja rigoroso ou que seja véspera de Natal. Ele é tão mal humorado que as pessoas passam por ele na rua e sequer olham para ele, vai que mau humor e avareza pega, não é mesmo? O pior é que ele nem vive no luxo, ele simplesmente não gasta dinheiro com nada, apenas guarda — para que? I have no idea!
— Feliz Natal! Deus o abençoe, tio! — uma voz alegre exclamou.Era o sobrinho de Scrooge, que entrou tão rapidamente que esse foi o primeiro sinal que ele teve de sua chegada.— Bolas! — Scrooge rosnou. — Bobagem.(…)— O Natal é bobagem? — o sobrinho de Scrooge estranhou. — Tem certeza de que está dizendo isso?— Tenho! — Scrooge prosseguiu. — Feliz Natal... Que direito você tem de ser feliz? Que motivo você tem para ser feliz? Você não passa de um pobretão.— Muito bem! — o sobrinho retrucou alegre, sem se abalar. — Que direito o senhor tem de ser triste? Que razão tem para ser rabugento? O senhor é muitíssimo rico.Sem ter melhor resposta pronta para retrucar ao impulso do momento. Scrooge repetiu "bah", seguido de "bobagem".— Não fique zangado, tio! — o sobrinho emendou.— Como eu não poderia ficar, quando vivo num mundo de tolos como você? — revidou o tio. — "Feliz Natal"! Fora com essa história de "Feliz Natal"! O que é a época do Natal para você senão a hora de fazer despesas sem ter dinheiro para pagar as suas contas?Posição 5%
O que Scrooge não imaginava era que ele, um homem prático, receberia a visita do espírito do seu sócio falecido há sete anos na véspera de Natal e ainda por cima para lhe dizer como a vida pós-morte é difícil para ele e vários outros espíritos presos na Terra por causa de suas atitudes durante a vida, entretanto, a missão dele naquele momento era avisar para Scrooge que ele teria uma chance de mudar seu destino, recebendo a visita de três outros espíritos: o espírito do Natal passado, o espírito do Natal presente e o espírito do Natal futuro.
Claro que Scrooge achou que tudo era um delírio de sua mente, mas lá vieram os fantasmas na hora marcada e assim começou sua jornada. Primeiro Scrooge vai ao passado e temos a oportunidade de perceber um pouco de sua infância, adolescência e juventude e perceber que ele nem sempre foi ranzinza como é atualmente e muito menos menosprezava o espírito natalino que acomete muitas pessoas nessa época do ano. Ao acompanhar o fantasma do Natal presente, terá a chance de visitar a casa de seu funcionário e de a casa de seu sobrinho e ver como eles estão passando a véspera de Natal, completamente diferente da sua, sozinho em uma casa abandonada. E ao acompanhar o Natal futuro vem a percepção de como será sua vida caso continue no mesmo caminho que tem traçado para si.
— Fantasma do Futuro! — ele exclamou. — Eu tenho mais medo de você do que de qualquer outro espectro que já tenha visto. Mas como sei que seu propósito é me fazer o bem e como espero viver para ser um homem diferente do que fui, estou preparado para lhe fazer companhia e de coração agradecido.Posição 74%
Não preciso me aprofundar aqui pois tenho certeza de que todo mundo ao menos em algum momento da vida com certeza assistiu alguma adaptação desse conto escrito magistralmente por Dickens, tanto que as adaptações cinematográficas de fato são muito fiéis, o que me leva a crer que o conto é tão completo que não precisa de alterações. Também tenho que dizer como essa leitura me levou a refletir sobre mim, sobre meu passado, presente e futuro e acredito que era exatamente esse o objetivo dele enquanto escrevia. Ainda que a história nos mostre que Dickens escreveu esse livro em aproximadamente um mês para pagar dívidas, não foi menos trabalhado no ponto de vista de conteúdo. Dos nomes dos personagens que refletem suas personalidades ao conteúdo da história em si. O personagem é tão característico que serviu de inspiração para a criação de outro personagem: Scrooge McDuck, conhecem? Sem dúvida todos conhecem o Tio Patinhas, não é mesmo?
Enquanto discutíamos no clube sobre o livro, ainda que ele não seja o protagonista, um personagem que sobressaiu foi Fred, o sobrinho de Scrooge, que ano após ano visita o tio na véspera de Natal e o convida para a ceia em sua casa, mas sempre sendo rechaçado. Sejam como o Fred, pois, acima da troca de presentes, a época do Natal é o momento de lembrarmos o nascimento de Cristo, é o momento de estar em família, seja ela de sangue, de coração ou ambos, e, com a pandemia que estamos vivendo muitos não poderão estar fisicamente presentes, como é o meu caso, então, espero que pelo menos possam fazer como eu, façam uma videochamada e compartilhem esse momento com as pessoas que são especiais para vocês. Para aqueles que sofreram perdas na família, entendo perfeitamente que é difícil demais esse momento, mas digo para vocês que, os anos em que deixamos de comemorar o Natal em casa após a morte das minhas avós (que faleceram no mesmo ano em um intervalo de dois meses) foi difícil, mas percebemos que havíamos deixado de fazer algo que elas gostavam: reunir a família e compartilhar todas as conquistas que tínhamos alcançado, estarmos com saúde, juntos e dando suporte uns aos outros.
Então, à todos, Feliz Natal!
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