[Resenha] O Sonho do Tigre - Colleen Houck

Ficha Técnica 

Título: O Sonho do Tigre

Título Original: Tiger’s Dream

Autor: Colleen Houck

ISBN: 978-85-8041-873-6

Páginas: 608

Ano: 2018

Tradutor: Raquel Zampil

Editora: Arqueiro

Um passado de solidão. Um futuro de mágoa e abandono. E a possibilidade de mudar tudo, desde o começo. Com a derrota do feiticeiro Lokesh, só parecia restar ao príncipe Kishan Rajaram passar a eternidade cumprindo a promessa de proteger a linda e irascível deusa Durga. Preso no passado, ele sofre depois que seu irmão, Ren, e Kelsey, a garota que ambos amam, voltam ao presente e começam a viver o seu “felizes para sempre”. Então, quando o xamã Phet aparece pedindo sua ajuda para salvar Kelsey, Kishan agarra a oportunidade com unhas e dentes, disposto a voltar atrás na sua decisão de ficar no passado e assim mudar seu destino. O tigre negro está prestes a descobrir que aquilo que parece o fim pode ser apenas um recomeço... Com um desfecho extraordinário, a autora Colleen Houck apresenta neste quinto volume uma visão completa da empolgante saga dos tigres. Numa complexa teia de viagens pelo tempo, Kishan e Durga concluem, entre idas e vindas, uma tarefa após a outra para garantir que a linha traçada para o destino da humanidade seja cumprida – o tempo todo lutando contra a tentação de interferir e redesenhar o futuro.

Resenha

                                  Essa resenha pode ter spoilers, pois faz parte de uma série. 

Cinco anos após ter terminado sua saga de A Maldição do Tigre, parece que a autora Colleen Houck decidiu que ainda tinha mais coisas para contar, criando assim o quinto, e hipoteticamente, último volume da série.

Em “O Sonho do Tigre” iremos encontrar o príncipe Kishan assumindo sua posição de proteger a deusa Durga, enquanto seu irmão Ren pode viver felizmente com sua amada Kelsey, agora ele foi libertado da maldição de ser um tigre.

Porém, sem nenhum aviso, o xamã Phet se materializa na frente de Kishan e o avisa que Kelsey corre perigo, e que somente ele pode ajudar a salvá-la. O intrigante, é que o salvamento da jovem não ocorre no presente, e sim no passado, anos antes de Kishan, ou até mesmo Ren, a terem conhecido. O que isso significa? Será que Kishan poderá mudar o seu futuro, caso altere as coisas no passado?

Quando a deusa estendeu um braço, a cobra dourada enroscou-se e acomodou-se nele. Fanindra nunca se mantinha como uma joia quando a deusa executava seu trabalho, parecendo preferir ficar em sua forma de cobra. Anamika não se incomodava em ter uma cobra viva no braço, como acontecia com Kelsey.

P. 135

“O Sonho do Tigre” é um livro desnecessário, mas isso não é uma surpresa, já que desde 2013 parece que Houck se perdeu completamente em suas próprias ideias. Felizmente, apesar de não ser necessário à quadrilogia original, o livro não faz tão feio perante seus irmãos. Aqui, a autora consegue manter todos os aspectos que consagraram sua saga: folclore indiano, aventura e muito romance.

Por outro lado, Colleen peca em dois aspectos. O primeiro deles é o fato de se estender demais na narrativa, deixando muitos momentos arrastados e capítulos extensos, sendo esse o principal motivo da obra ter exatas 600 páginas. O segundo problema é a ausência de Kelsey e Ren, que acabam se tornando personagens coadjuvantes e sem um real propósito ao enredo. 

– Olá! – chamei suavemente, cuidando para que os guardas não me ouvissem.

Houve um leve movimento então distingui cabelos escuros e um olho verde espiando por trás deles no momento exato que a porta se fechava com um estrondo.

P. 252

Neste quinto volume a autora optou por desenvolver as personagens Kishan e Durga, dando ênfase principalmente à história do tigre negro, talvez, como uma forma de lhe dar um desfecho mais feliz do que aquele ao qual foi destinado na obra anterior. Em contrapartida, para ter sucesso nessa empreitada, a autora cometeu aquele velho erro que está se tornando muito comum: viagens no tempo. Quem leu “Harry Potter e a Criança Amaldiçoada” (2016) sabe como isso não pode dar certo, não é mesmo?

Optar por viajar no tempo, e revisitar passagens das obras antigas, é arriscado, pois além de destruir algo que já foi previamente construído em uma certa linha temporal, acaba por se tornar repetitivo, e muitas vezes criando situações vazias. Não vou dizer que Houck fez uma grande merda, já que conseguiu amarrar todas as pontas que pretendia, porém, tal artifício não deixa de ser pobre e extremamente supérfluo.

À medida que ela me tocava, luz entrava pelas bordas de minha mente.

P. 330

Quem gostou do desfecho de “O Destino do Tigre”, talvez “O Sonho do Tigre” não seja para você. Mas, caso a história dos irmãos tigres lhe agrade bastante, e você não vê a hora de revê-los, acredito que irá curtir bastante esta nova empreitada de Kishan. Talvez você não encontre tudo que espera encontrar, mas posso garantir que terá muita aventura e emoção no seu processo de leitura, assim como nos volumes anteriores.

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