02 setembro, 2018


[Cinema] Mentes Sombrias


Já tem alguns anos que os estúdios de cinema vem investindo em adaptações de distopias YA (young adult, ou jovens adultos), em busca do novo Jogos Vorazes. A onda começou e teve seu ápice tom a trilogia de Katniss e deu uma esfriada com o fracasso da série Divergente. Mentes sombrias é uma tentativa tardia de dar impulso ao gênero e emplacar uma possível saga distópica adolescente.

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O filme é adaptado do romance da Alexandra Bracken, que é o primeiro de uma tetralogia, e narra as consequências de uma doença misteriosa que matou a maioria das crianças nos Estados Unidos. As que sobreviveram acabaram desenvolvendo habilidades que variam de superinteligência a controle mental e foram enviadas para campos de trabalhos forçados disfarçados de centros médicos. Ruby faz parte dos segundo grupo mais perigoso, os laranjas, que podem manipular as memórias alheias. Quando escapa do campo, ela se vê conectada a outros três jovens: um verde (com superinteligência), um azul (com telecinese) e uma dourada (com eletrocinese), e juntos eles vão atravessar o país atrás de um acampamento comandado por jovens rebeldes.

O elenco é todo formado por atores muito competentes. Desde a Amandla Stenberg (Ruby), que começou sua carreira nas adaptações literárias como a Rue de Jogos Vorazes (), até a Mandy Moore (Cate), a voz da Rapunzel de Enrolados, passando pelo Harris Dickinson (Liam) e pelo Skylan Brooks (Bolota). As performances são todas eficientes e tornam possível a gente acreditar que aqueles personagens se conectam de verdade.

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É compreensível que esse grupo de jovens com características tão distintas tenha se encontrado no meio do caminho e se conectado de uma forma especial, como uma pequena família desajeitada e afetuosa. Esse carinho que eles tem um pelo outro fica evidente em cenas como aquela em que Liam diz pra Zu que ela tem que comer direito, ou quando Bolota e Ruby interagem como irmãos na cena do shopping. Fica fácil pro espectador torcer pelo grupo porque os personagens são todos muito carismáticos. Zu é uma das crianças mais fofas que já existiram, uma criança preciosa demais pra esse mundo; Bolota é uma pessoa genuinamente boa; e Ruby e Liam tem motivações honestas.

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O aspecto mais interessante do filme é como ele lida com diferentes conceitos de masculinidade, representados pelo Liam e pelo antagonista (que eu não vou dizer quem é pra não dar spoiler). Liam, enquanto mocinho, representa características masculinas positivas: ele é protetor, gentil e respeitador e só usa sua agressividade pra proteger o grupo. Quando ele se interessa romanticamente por uma garota, ele usa seu charme e sua bondade pra cativá-la. O antagonista, por outro lado, é o arquétipo da masculinidade tóxica: ele quer controlar a mocinha e usá-la pra seus próprios propósitos. Ele não se importa em manipular, coagir, violar e agir com violência pra conseguir o que quer. E o filme nunca fica em cima do muro em relação a isso: fica bem claro que essas características são consideradas negativas e que o modelo de masculinidade que se deve almejar é o do Liam. É extremamente relevante que um filme voltado para o público adolescente se posicione a respeito desse tópico da forma como foi feito nessa obra, estabelecendo que certos comportamentos são inaceitáveis e até vilanescos.

É o próximo Jogos Vorazes? Possivelmente não. É uma história diferente de qualquer outra que você já viu? Também não. Mas é um filme eficiente e dinâmico, cheio de personagens cativantes e cenas de ação bem coreografadas, que vai te divertir.

Numa escala de uma a cinco cores dos poderes classificados na história, o quanto eu gostei do filme:

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Comentários
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6 comentários:

  1. Tamy!
    Não tive oportunidade de ler o livro e muito menos assistir o filme, mas já gostei do enredo pós apocalíptico com tantas transformações e mudanças.
    Gostei de ver que a protagonista é a mesma de Tudo e todas as coisas.
    cheirinhos
    Rudy

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  2. Li muita coisa positiva a respeito deste filme,mas também li muita coisa negativa. Essa mistura de Jogos Vorazes e X-Man pode ter sido um tiro no pé, ou não!
    Eu gosto muito do gênero, onde jovens precisam aprender a sobreviver com suas habilidades e talvez sim, eu vá gostar muito do filme!
    Pretendo ver o quanto antes!!!
    Beijo

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  3. Hey,

    Não tinha conhecimento do livro e muito menos do filme, mas como sou completamente apaixonada por distopias já irei colocar na minha listinha e ver o filme logo após ler, uma distopia que eu adoraria ver nos cinemas é Feios,meu sonho de princesa <3

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  4. Olá Tamy!
    Não cheguei á ler o livro, mas fui ver o filme...
    Não curti mto, mas isso é pq não me agradou como agradou á tantos...
    Mas vou tentar olhar de outra maneira, pretendo ler o livro, quem sabe eu goste...
    Bjs!


    https://aguardiadasresenhas.blogspot.com/

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  5. Olá, Tamy
    Não assisti ao filme e nem li o livro.
    É um enredo interessante apesar de ter muitas características de muitas outra sagas eu gostei muito espero ainda ler o livro e assistir ao filme.
    Deve ser maravilhoso ver as cenas com os efeitos especiais.
    Beijos!

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  6. Oi Tamy

    eu assisti Jogos Vorazes e Divergente, mas n são tipos de filme que realmente me encham os olhos. Ouvi falar um pouco de Mentes Sombrias mas até agora não me despertou o desejo de vê-lo. Pode ser que mais pra frente eu me interesse, mas por agora, não.

    Bjoooos
    muitospedacinhosdemim.blogspot.com.br

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