19 janeiro, 2024


[Resenha] Um Amor Nada Tradicional - Heidi Shertok

Ficha Técnica 

Título: Um Amor Nada Tradicional
Título Original: Unorthodox Love
Autor: Heidi Shertok
ISBN: 978-65-5957-415-5
Páginas: 288
Ano: 2023
Tradutor: Clarissa Growoski
Editora: Faro Editorial
Penina está chegando aos 30 anos solteira e com um diagnóstico de infertilidade, o que reduz drasticamente suas esperanças de encontrar um homem para compartilhar uma vida a dois.
Mas sua vida vira de cabeça para baixo quando a irmã, Libby, está prestes a perder a casa por causa das dívidas do marido. Penina decide ajudar e aceita se casar de mentira com um judeu ortodoxo que é gay e precisa de um casamento de fachada.
Eis que o destino embaralha novamente o jogo e põe à sua frente Sam Kleinfeld: um homem rude, sexy, irresistível… e seu chefe!
Agora ela terá que escolher entre o dever e o desejo, em uma história divertida, cheia de encontros desastrosos, cenas hilárias e emocionantes reviravoltas.
Um romance repleto de encontros terríveis, situações inesperadas e uma dose generosa de paixão proibida.

Resenha


Mais um romance de uma nova autora e nesse aqui, para mim, tem muita coisa diferente e eu já explico para vocês.

Penina Kalish tem vinte e nove anos, trabalha como vendedora em uma joalheria e é voluntária na UTI neonatal. Além disso, ela também é apaixonada por moda e, depois de ter postado alguns looks no Instagram, viu seu perfil crescer e levá-la ao nível de ter patrocinadores. Mas a grande questão aqui é que Penina é judia ortodoxa e eles levam a religião muito a sério e, para eles, o maior objetivo do casamento é ter filhos e Penina foi diagnosticada anos atrás com uma condição médica que a impede de ter filhos — hipoplasia uterina.

Somem a isso o fato de ela viver em uma comunidade pequena em Minneapolis onde todos sabem da história de todo mundo e se metem na vida de todo mundo o tempo todo. Ou seja, há dez anos a casamenteira tenta encontrar um marido para Penina, um que aceite o fato de que não poderão ter filhos. Resumindo: são os piores partidos. Muito mais velhos do que ela, alguns pervertidos, outros que são os dois e tantos outros problemas que ela colecionou ao longo dos anos que é melhor nem comentar.

E é por isso que ela está cansada disso, cansada desses encontros desastrosos. Porém, parece que ela precisará encarar mais um.
Mas posso encarar um futuro que não inclui marido e filhos? Ficarei bem celebrando os casamentos de meus amigos e irmãos enquanto definho virgem? Quero ser capaz disso. Quero ser o tipo de pessoa que consegue superar a inveja e se alegra quando outros têm o que eu desejo. E, na maioria das vezes, tenho conseguido. (…)
Mas, de vez em quando, o monstro verde levanta sua cabeça feia e me faz lembrar das coisas que estou perdendo, em vez de apreciar as coisas que tenho.
P. 77
Enquanto isso, Penina se dedica ao trabalho na joalheria, que ela adora, e a cuidar da família. No entanto, ela leva esse cuidado a um nível extremo. Como fica claro desde o começo, Penina pega o problema de todos para si para resolver, sob a justificativa de que são sua família, de que os ama. Entretanto, como vemos também, ela não faz isso apenas com os familiares, ela faz isso com qualquer pessoa que cruze seu caminho. É assim que ela se vê desesperada para encontrar uma solução para salvar a casa da irmã.

Mas, enquanto essa solução não aparece, ela tem um novo chefe na joalheria, e aparentemente ser rude, sarcástico e implicar com ela é seu hobby favorito. Sam Kleinfeld assumiu o comando da loja porque o pai está doente e se tratando, mas ele não imaginava que encontraria ali uma mulher que viraria seus conceitos de ponta-cabeça.
— Ser religiosa é tão importante para que você prefira viver uma vida sem amor?
Abro e fecho a boca. Ninguém jamais fez essa pergunta com tanta franqueza antes — pelo menos, ninguém além de mim.
— Mas minha vida não é sem amor. Tenho a minha família e amigos.
— E isso é o suficiente para você? — Sam inclina a cabeça, olhando no meu olho. Odeio quando ele me olha assim, como se pudesse ver através da minha fachada alegre e dentro da minha alma. — É? — ele repete.
Não. Não, não é.
P. 104
Ainda que se sinta atraída pelo novo chefe, Penina não vê qualquer motivo para se imaginar tendo uma chance com ele por várias razões: ele não é ortodoxo, ele é muito bonito e certamente tem todas as mulheres aos seus pés e ele já disse várias vezes que não se casará novamente. Além disso, a solução para o problema da casa da irmã surgiu na forma de um pretendente, Zevi Wernick.

Zevi tem trinta e seis anos, é lindo, é produtor de cinema, rico e mora em Nova Iorque. Sem dúvida poderá ajudar com a questão da hipoteca da casa de Libby. O único problema é: Zevi precisa que o casamento seja de fachada porque ele é gay e a mãe dele está morrendo.

Olha, vou dizer uma coisa, é muito difícil ler um livro com conceitos tão diferentes da nossa realidade. Ver Penina ser criticada pela comunidade (e pela mãe) por ter quase trinta anos e não ser casada, ver a casamenteira empurrando os piores caras para cima dela como se fossem a melhor coisa do mundo e achando errado o fato de ela recusar, como se ela não pudesse se dar a esse luxo, vê-la achando que só seria feliz se casasse e fosse mãe foi realmente muito complicado para mim. Ela realmente se definiu apenas por sua condição de não poder ter filhos atrelada à religião e isso me deixou muito frustrada.
De repente, percebo que Sam estava certo quando disse que eu sou mais do que apenas uma mulher que não pode ter filhos. Sou uma filha, uma irmã, tia e amiga, e uma ótima vendedora. A vida das pessoas é confusa e complicada, e mesmo que nem sempre a gente veja, todo mundo tem problemas. Não tem como ser humano e viver sem algum tipo de trauma ou dor, mas essas experiências definem quem somos.
P. 180
Porém, ver Sam tentando mostrar para Penina que ela é mais do que isso e que ela não tem que salvar o mundo foi reconfortante. E não foi só ele, Delilah, a enfermeira da UTI neonatal também fazia o mesmo, mas, a gente sabe que as pessoas só ouvem o que querem ouvir, não é mesmo? E Penina não quer ouvir que ela não deve se sacrificar para salvar a casa da irmã — mesmo que o casamento já tenha como certo o divórcio quando a mãe de Zevi falecer, o que deixará mais uma marca em seu "currículo" para conseguir um marido.

A verdade é que a gente passa o livro todo esperando que Penina abra os olhos e perceba isso e que Sam gosta dela, afinal o livro é todo narrado na voz de Penina. Então, quando acontece, é incrível!
— Porque eu não consigo parar de pensar em você. Quando estou dirigindo ou em alguma fila, ou mesmo sentado em casa sozinho, só penso em você. E quando você está perto de mim — ele engole em seco —, não consigo nem pensar direito, porque a única coisa que eu quero é tocar em você. E eu sei que é errado e complicado porque eu sou o seu chefe e você é ortodoxa, mas estou cansado de lutar comigo mesmo.
P. 232

P.S.: Se quiser adicionar esse livro na sua lista de leitura do Skoob basta clicar na capa que você será redirecionado para a página do livro no Skoob. 😉

Comentários
0
Compartilhe

0 comentários:

Seu comentário é sempre bem-vindo e lembre-se, todos são respondidos. Portanto volte ao post para conferir ou clique na opção "Notifique-me" e receba por e-mail.
Obrigada!

 
imagem-logo
De Tudo um Pouquinho - Copyright © 2016 - Todos os direitos reservados.
Layout e Programação HR Criações