04 agosto, 2022


[Resenha] A Caixa de Música - Lu Piras

Ficha Técnica 

Título: A Caixa de Música
Autor: Lu Piras
ISBN: 978-65-507-0333-6
Páginas: 384
Ano: 2022
Editora: VR Editora
No final do século XIX, Carolina é a filha do dono da maior fábrica de tecidos do Rio de Janeiro, mas esconde da família o sonho de se tornar estilista. Num acordo com um coronel do café, o pai da moça a promete em casamento a um homem que ela não ama. Beatriz é estudante de moda na mesma cidade, mas em nosso tempo: o século XXI. Ela deseja participar de um importante desfile que poderá abrir muitas portas para sua carreira. Às vésperas do evento, porém, a pandemia de Covid-19 faz o mundo parar, afastando-a de sua grande oportunidade. Decepcionadas com suas perspectivas de futuro, as duas têm em comum mais do que sonhos interrompidos. Vivendo em séculos diferentes, Carolina e Beatriz não se conhecem, mas estão misteriosamente conectadas por uma caixa de música — e este pequeno objeto mágico dará a cada uma a chance de revolucionar a própria vida, mudando seus destinos para sempre.

Resenha


Fazia muito tempo que não tinha o prazer de ler uma história da Lu e A Caixa de Música foi uma grata surpresa. Amo histórias com viagem de tempo.

Beatriz Giacomini é uma jovem estudante de moda de vinte e dois anos prestes a se formar que viajou para Paris para uma última inspiração para seu projeto de conclusão de curso, o que a deixaria com pouco tempo após o retorno para terminar tudo. O que ela não imaginava era que ficaria presa lá por mais um tempo por causa do início da pandemia de Covid-19, mas foi o suficiente para ela encontrar um antiquário onde gastou seus últimos euros com uma caixa de música que mudaria sua vida completamente.

Quando finalmente conseguiu voltar ao Brasil, mais precisamente para sua casa no Rio de Janeiro, o mundo ainda estava uma loucura por causa da pandemia (oláááá, ainda está), reencontrou o namorado que não era assim o melhor cara do mundo, mas mal teve tempo de aproveitar sua volta para casa, pois, naquela noite, algo mágico aconteceu.

Carolina Oliveira tem dezenove anos e é filha única do Barão dos Tecidos e está noiva do filho de um fazendeiro de café mesmo que tenha passado os últimos anos suspirando pelo médico da família, Luís Eduardo Mesquita, de trinta anos. Porém, vivendo no final do século XIX, sabemos que um casamento por amor ainda era algo muito raro. Os pais de Carolina voltaram mais cedo de uma viagem a Paris para passar as festas de fim de ano com ela e com eles trouxeram uma caixa de música que mudaria a vida da garota para sempre.
— Quanto tempo? Para quê? — Beatriz bufou. — Pode ser mais clara?
Iolanda suspeitava que a impaciência de Beatriz poderia ser um obstáculo.
— Nem tudo depende apenas da sua vontade — falou.
Acostumada a tomar a iniciativa, a dirigir sua vida com as própria rédeas, Beatriz agora dependia da ajuda de alguém, e perceber que não estava no controle era escancaradamente difícil para ela.
P. 102
Diferente da maioria das histórias e filmes de viagens no tempo que já li e assisti, Carolina e Beatriz trocam de corpos, então, Carolina acorda no corpo de Beatriz, no Rio de Janeiro no ano 2020 e Beatriz acorda no corpo de Carolina no Rio de Janeiro do início do ano 1900. A confusão está pronta. Como elas conseguirão voltar para seu próprio tempo e sem causar muita bagunça?

Beatriz é uma mulher que luta pelos seus direitos e se ver em uma sociedade que havia abolido a escravatura há poucos anos e na qual as mulheres não tinham voz ativa é muito complicado. Mas viver a vida pela perspectiva de Carolina lhe dará uma nova visão para o que ela imaginava sobre moda, sobre amor e tantas outras coisas. Por outro lado, Carolina no futuro terá um desafio ainda maior, afinal, acredito que para quem está no passado ir para o futuro é mais complicado. A tecnologia, as mudanças que o mundo sofreu, chegar no meio de uma pandemia e ela irá se deparar com um rapaz que irá ajudá-la, o flautista hipster de vinte e cinco anos Bernardo Peixoto, que ela encontrou por acaso quando fugia de "sua casa".

Enquanto Carolina conhece o futuro e Bernardo, Beatriz vê o passado e Luís Eduardo e seus ídolos, como Machado de Assis, mas será que voltar para casa ainda é o que o coração delas deseja? Além de ainda precisarem descobrir como fazê-lo…
Beatriz era outro caso. Era a mulher que despertava nele sentimentos controversos aos quais julgava ser imune. Ela o havia desafiado a descobrir-se mais audaz e, ao mesmo tempo, vulnerável. E, quando percebeu, tinha revelado a ela sua força e sua fraqueza, e em retorno, mesmo sem saber, ela lhe ensinara que muitas vezes era preciso enfraquecer para encontrar a força. Luís Eduardo nunca se sentira  tão disposto, enérgico, entusiasmado para a vida. A solidão já não fazia sentido para ele. E Beatriz era o motivo.
P. 230

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