[Resenha] Manhattan Sob o Luar - Sarah Morgan

Ficha Técnica 

Título: Manhattan Sob o Luar
Título Original: Moonlight Over Manhattan
Autor: Sarah Morgan
ISBN: 978-65-5970-057-8
Páginas: 384
Ano: 2021
Tradutor: William Zeytoulian
Editora: Harlequin

 

Nunca deixe o medo atrapalhar o amor verdadeiro.
Determinada a vencer a timidez, agora que sua irmã gêmea, Fliss, se mudou, Harriet Knight se propõe a fazer uma coisa que a intimide por dia até o Natal. Mas, quando seu trabalho como passeadora de cães exige que ela cuide da agitada spaniel Madi, ela encontra um desafio com o qual não sabe se conseguirá lidar: o cuidador temporário de Madi, o taciturno doutor Ethan Black.
Ethan, chefe da equipe de traumas do pronto-socorro, achava que estava acostumado com o caos, mas isso foi antes de conhecer Madi. Como uma cachorrinha pode causar tanto problema? Ao encontrar Harriet, ele propõe o plano perfeito: contratá-la temporariamente para morar em seu apartamento e cuidar de Madi. Ethan só não contava com as mudanças que Harriet iria trazer para sua casa… e sua vida.

Resenha

Para finalizar a série Para Nova York, Com Amor, o sexto livro nos contará a história da romântica e tímida Harriet Knight. 

Desde que conhecemos as gêmeas Fliss e Harriet Knight, donas da Guardiões do Latido, era claro que, enquanto Fliss era focada na parte administrativa da empresa — não que ela não adorasse passear com os cãezinhos também — quem tinha o dom mesmo para isso era Harriet; era ela quem sempre tinha sido apaixonada por animais, quem não conseguiria ser veterinária porque não saberia deixar as emoções por eles de lado para lidar com as diversas situações que se apresentassem. E também era ela a romântica entre os irmãos, era quem queria se casar, ter uma família unida e feliz enquanto os irmãos corriam de qualquer compromisso. Então, a surpresa foi que, depois de termos os três livros das fundadoras da Gênio Urbano, tivemos Daniel, o irmão mais velho de Fliss e Harriet, conhecendo Molly e se apaixonando por ela e no livro seguinte, Férias nos Hamptons, Fliss reencontrando Seth, o amor de sua juventude e com quem havia sido brevemente casada. 

Livros sempre lhe trouxeram conforto. Mais do que isso, em alguns momentos eles eram quase um vício.

Quando as coisas ficavam feias em casa, a solução de Harriet sempre fora se retirar da vida real e desaparecer. Ela escolhia ficar invisível. Fisicamente às vezes, escondendo-se debaixo da mesa, mas, às vezes, psicologicamente, mergulhando em um mundo literário diferente do dela.

P. 138

Agora, aos vinte e nove anos e com a saída de Fliss de casa — que foi morar nos Hamptons —, Harriet está decidida a enfrentar seus medos de frente, afinal, ela não quer acordar no futuro arrependida das oportunidades que desperdiçou por medo do que poderia acontecer. Assim, ela se impôs um desafio diário entre o Dia de Ação de Graças e o Natal para fazer essas coisas, que vão desde usar salto alto a marcar encontros pela internet. Mas o maior desafio traçado até o momento será passar o Natal sozinha, pois ela não quer “invadir” o relacionamento dos irmãos.

Porém o trabalho não espera que a gente organize nossa vida pessoal, não é mesmo? Então ela segue com os passeios e uma de suas clientes precisará de atenção redobrada ao se ver em um lar temporário. 

Ela se esticou e pegou um punhado de neve com as mãos, examinando-a como alguém examinaria um diamante.

Ethan ficou encantado com o gesto, o que foi chocante. Ultimamente, era raro, se não impossível, que se encantasse com alguma coisa.

Cinismo, cansaço e desilusão? Sempre?

Encantamento? Nunca.

P. 169-170

Ethan Black é chefe da equipe de traumas do pronto-socorro de um grande hospital de Nova Iorque e ele adora a adrenalina de trabalhar lá. Sendo a terceira geração de médicos da família, diferente do pai e do avô que tinham consultórios nas cidades em que viviam e notoriamente eram reconhecidos por isso, Ethan não queria isso para sua vida, ele queria que sua vida profissional e pessoal fossem separadas. Porém, após anos trabalhando na emergência, o cinismo se tornou sua marca registrada, tanto que ele nem sequer acredita mais ter emoções, principalmente depois do fracasso que foi seu curto casamento com Alison. Suas emoções se restringem a sua família e aos seus pouquíssimos amigos, assim, quando a irmã, Debra, liga informando que precisa ir para São Francisco porque a filha sofreu um acidente de carro, a primeira atitude de Ethan é se oferecer para ir com ela, mesmo que isso complique seu trabalho, mas tudo que Debra precisa é que ele cuide de Madi, a spaniel da família, para que ela fique tranquila, afinal, uma passeadora cuidaria dela duas vezes por dia.

Mas, quando não se tem vida pessoal e não se está acostumado a viver com outro ser vivo, como essa relação pode dar certo?

Ela imaginou os irmãos passando as férias juntos, todos em casal menos ela. Logo, logo os filhos começariam a chegar. Ela seria a ria Harriet.

A inveja, concluiu, é um sentimento realmente incômodo. Ela diz coisas que uma pessoa não quer saber sobre si mesma. Harriet não queria sentir inveja das pessoas que mais amava.

— A sensação é estranha?

— Estou morrendo de alegria com tudo isso, só quero o melhor para eles.

Ethan a observou firmemente.

Óbvio que sim. Mas você pode morrer de alegria e desejar o que há de melhor e, ainda assim, ficar triste por você mesma. E sei que é difícil, porque a gente não se permite se sentir assim.

P. 189

Claro que no primeiro dia, quando chega em casa, Ethan descobre que Madi praticamente destruiu tudo porque se sentiu sozinha e a tal passeadora, Harriet — que lhe era vagamente familiar — deixou muito claro que a culpa era dele, por não ter dado atenção a ela. 

Mesmo determinada a levar Madi para sua casa até Debra voltar, Harriet não pôde fazer isso porque Ethan insistiu que, se ele prometeu que cuidaria de Madi na casa dele, era o que faria e, por isso, em um impulso, ele propõe a Harriet que ela fique de babá no apartamento dele — serviço que Fliss já vinha insistindo há algum tempo para elas oferecerem.

Por Madi, Harriet está disposta a enfrentar mais esse desafio, o problema é que, quanto mais tempo ela passa com Ethan, mais ela gosta dele e se pergunta como poderiam ser as coisas caso tivessem se conhecido em outras circunstâncias, dispostos a um relacionamento amoroso, algo que claramente Ethan não quer. Mas… será mesmo?

Ela estava apaixonada por Ethan.

Tinha acontecido lentamente, sem que percebesse.

P. 345

Da mesma forma que Harriet está impactada com o convívio com Ethan, embora ele não queira assumir nem para si mesmo, ele também está e a nossa pergunta é até quando Ethan irá negar o que está sentindo.

Enquanto isso, vemos Harriet enfrentar seus medos e se tornar cada vez mais forte e independente dos irmãos. Vemos Fliss, Molly e Glenys torcendo para que ela se jogue no doutor Gostosão (claro que Daniel está com o pé atrás, sempre sendo o irmão superprotetor, mas ainda assim quer que ela seja feliz). Também vemos Debra torcendo para que o irmão saia da concha em que se colocou há alguns anos e perceba que há muito mais do que apenas trabalho na vida e sim, há muito mais do que isso (acho que preciso ouvi-la também) e a gente vai sendo conquistado capítulo a capítulo com esse romance deliciosamente escrito, sabendo que é a despedida de uma série que aqueceu nossos corações em muitos momentos.

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