[Resenha] O Segredo de Jake - Penelope Ward

Ficha Técnica 

Título: O Segredo de Jake
Título Original: Jake Undone
Autor: Penelope Ward
ISBN: 978-65-5933-008-9
Páginas: 344
Ano: 2021
Tradutor: Ananda Badaró
Editora: Charme

Nina Kennedy estava viva… mas não vivia de verdade... até que o conheceu.

Aviões, trens, alturas… pode escolher: Nina tinha medo deles todos e levava uma vida controlada por fobias e medos irracionais. Quando se muda para o Brooklyn para estudar enfermagem, sua vida vira de cabeça para baixo, pois ela começa a sentir uma atração intensa, mas indesejada, por seu lindo colega de apartamento, que tem piercings, tatuagens e é a pessoa mais inteligente que ela já conheceu.

Por trás do exterior durão e do sorriso diabólico de Jake Green, há um coração de ouro. E ele toma como missão mudar a visão de vida de Nina. Jake concorda em ser seu tutor, mas as apostas são altas: Nina terá que enfrentar seus demônios. Ele só não esperava se apaixonar por ela no processo.

O que Nina não percebe é que Jake vive seu próprio inferno particular. Depois que ele soltar a bomba, será que o amor deles sobreviverá?

Resenha

O Segredo de Jake é um dos mais recentes lançamentos da Editora Charme da Penelope Ward, mas esse romance foi publicado originalmente nos Estados Unidos em 2013.

O prólogo nos apresenta Jake Green, aos dezoito anos: impetuoso, alegre, cheio de piercings e completamente apaixonado pelas sobrinhas, bebês gêmeas, ao ponto de não se importar em cuidar delas em alguns momentos — imagine um cara nessa idade querer cuidar de bebês! #MuitoFofo

Bem, mas a história começa mesmo anos depois e somos apresentados a Nina Kennedy, uma jovem de vinte e dois anos que deixou a pequena cidade no norte do estado de Nova Iorque para cursar enfermagem na movimentada e badalada cidade de Nova Iorque, mas, sendo uma pessoa quieta e com muitas fobias, a mudança radial de ambiente será uma provação para ela que não anda de avião (foi  para a cidade em uma longa viagem de mais de quatro horas de ônibus), não anda de metrô (pagou caríssimo na corrida de táxi do aeroporto até o apartamento onde iria morar no Brooklyn) e também não anda de elevador (o que não seria um problema no edifício onde iria morar, porque não tinha mesmo).

— Todos temos coisas das quais nos arrependemos… decisões que tomamos com as quais temos que viver. Não podemos nos martirizar com elas. Não muda nada.

P. 154

Nina iria dividir o apartamento com seu amigo de infância, Ryan, que também era o melhor amigo de seu irmão, e mais duas pessoas: Tarah e Jake. Tarah e Ryan estão namorando há pouco tempo e Jake é um cara singular, pelo menos é assim que ele é apresentado a Nina. E quando eles se conhecem, ela começa a entender o porquê dessa descrição: tatuado, com muitos piercings, muitas roupas pretas — inclusive nas roupas de cama e quarto —, um engenheiro muito inteligente, com um senso de humor peculiar e muito quieto em relação a sua vida pessoal: seus colegas de apartamento apenas sabem que ele trabalha muito e viagem todo final de sexta para casa, em Boston, onde encontra a irmã, o cunhado e as sobrinhas, sempre voltando tarde no domingo.

A atração que sente por Jake é avassaladora e Nina tenta se controlar ao máximo, afinal, irão morar no mesmo apartamento, caso o relacionamento não desse certo ou se ele não demonstrasse interesse seria muito complicado, mas o caso é que Jake parece dar sinais dúbios o tempo todo, deixando Nina confusa, ainda mais depois que ele se oferece para ajudá-la com a disciplina de matemática, na qual ela é péssima e é fundamental para a graduação, e também tenta ajudá-la com suas fobias, o que os deixa ainda mais próximos e passando muito tempo juntos.

— Mas, veja, te faz sorrir pensar nessas coisas. Precisa lembrar apenas dos momentos bons com ele. Os últimos dias do seu irmão não definem quem ele foi. Pode escolher entre lembrar dele como quiser, como escolhi lembrar do meu pai na moto… só saindo para um passeio. Por isso desenho. É uma terapia pra mim e me ajuda a gravar na memória as coisas que quero lembrar.

P. 113

Os primeiros capítulos (a primeira metade do livro) são sob o ponto de vista de Nina, então só conhecemos o lado dela da história, sua atração, seus medos. Apenas na segunda parte é os capítulos serão sob o ponto de vista de Jake, então conheceremos seu segredo, mais sobre a sua vida, o que aconteceu nos anos entre o prólogo e o início do livro, que somam seis anos.

Eu particularmente não gosto dessa dinâmica de divisão de capítulos nos livros porque gosto de conhecer os dois lados da história ao mesmo tempo, não gosto da sensação de estar perdendo parte das informações, sabem? Bem, mas cada livro é único, não é mesmo? De toda forma, eu gostei muitoooo de Jake, mas Nina foi uma personagem que não me agradou e não senti nenhuma química no casal, muito mais por ela e tive a sensação de que faltou algo na história, o que me deixou triste, pois gostei bastante dos outros livros da Penelope que li e também dos que ela escreveu com a Vi Keeland, mas quem sabe seja o fato desta história ter sido escrita lá em 2013 e a escrita dela (como eu acho que acontece com todos) tenha melhorado com o tempo, ou com a época em que estávamos.

Houveram cenas muito boas, momentos ótimos, que fizeram com que a balança ficasse ali no limite do bom para mim. Então, vou atrás de mais livros da Pen para tirar essa sensação de mim. kkkkk

— (…) Sou feliz que ele tenha me escolhido para cuidar de você. Eu só queria poder fazer você se sentir melhor, te deixar saudável de novo. Acima de tudo, queria poder lutar contra todos os seus demônios por você. Eu acabaria com todos eles, se pudesse.

P 259

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