[Resenha] A Escola do Bem e do Mal - Soman Chainani

Ficha Técnica 

Título: A Escola do Bem e do Mal
Título Original: The School for Good and Evil
Autor: Soman Chainani
ISBN: 978-85-8235-167--3
Páginas: 352
Ano: 2017
Tradutor: Alice Klesck
Editora: Gutenberg

No povoado de Gavaldon, a cada quatro anos, dois adolescentes somem misteriosamente há mais de dois séculos. Os pais trancam e protegem seus filhos, apavorados com o possível sequestro, que acontece segundo uma antiga lenda: os jovens desaparecidos são levados para a Escola do Bem e do Mal, onde estudam para se tornar os heróis e os vilões das histórias. Sophie torce para ser uma das escolhidas e admitida na Escola do Bem. Com seu vestido cor-de-rosa e sapatos de cristal, ela sonha em se tornar uma princesa. Sua melhor amiga, Agatha, porém, não se conforma como uma cidade inteira pode acreditar em tanta baboseira. Ela é o oposto da amiga, que, mesmo assim, é a única que a entende. O destino, no entanto, prega uma peça nas duas, que iniciam uma aventura que dará pistas sobre quem elas realmente são. Este best-seller é o primeiro livro de uma trilogia que mostra uma jornada épica em um mundo novo e deslumbrante, no qual a única saída para fugir das lendas sobre contos de fadas e histórias encantadas é viver intensamente uma delas.

Resenha

Logo nas primeiras páginas do livro percebemos o quanto Sophie é obcecada por se tornar uma princesa, como sua vida gira em torno do momento em que o Diretor da Escola irá à Gavaldon para raptar duas crianças para estudar na Escola do Bem e do Mal. Ao contrário de seu pai e todos os outros da vila, que fazem de tudo para serem comuns e não chamar atenção para si, Sophie queria exatamente o oposto.

Pensando nisso, Sophie cuida da beleza e de tratar bem as pessoas, afinal, pessoas boas - e principalmente princesas - fazem boas ações. Ou seja, já antipatizei com a garota de cara, porque fica claro que tudo é forçado, ela pensa apenas na aparência externa e suas boas ações (muitas vezes distorcidas) são planejadas e estudadas.

Agatha é amiga de Sophie, mas ao contrário da amiga e de todo o povoado, ela não acredita na lenda de que as crianças são raptadas para se tornarem princesas, príncipes e vilões. Ela vive com a mãe no cemitério, odeia ficar perto de muita gente e por isso vários aldeões acreditavam que esse ano ela seria levada para se tornar uma bruxa. Entretanto, o destino fez com que ela e Sophie fossem levadas para a escola, mas Sophie foi deixada na Escola do Mal e Agatha na Escola do Bem.

Ambas acreditam que estão em escolas erradas e a confusão é que não apenas elas acreditam nisso, os professores e os demais alunos também, mas não é possível fazer a troca. A trama mostra muitos detalhes das duas escolas, como nomes das disciplinas, comportamento de alunos, professores e monitores (lobos na Escola do Mal e fadas na Escola do Bem), salas de aula e outros cômodos. Embora o autor foque nas protagonistas, quando conhecemos os demais personagens o clichê é apenas superficial, eles têm muito mais a mostrar. Mas preciso fazer uma ressalva, porque isso é muito claro nos personagens da Escola do Mal, porque os do Bem são fúteis demais, eles me tiraram a paciência em muitas situações e até me levaram a questionar: eles são realmente do bem?

"Sabe, não importa o que somos, Sophie."
Lady Lesso chegou tão perto que só precisou sussurrar.
"É o que fazemos."
P. 253

Com exceção de Agatha e Sophie, os demais alunos da escola são filhos de personagens de diversos contos de fadas, ou seja, enquanto as meninas apenas liam as histórias, eles viveram com quem viveu neles, sabendo que tudo ali foi verdade. Acredito que isso faz a diferença, pois esses personagens acreditam mesmo nessa divisão entre bem e mal.

Entre o que Soman passa durante a história muito gira em torno de que as pessoas não são completamente boas ou completamente más. Por que é necessário rotulá-las? Não existem seres humanos com boas e más ações?

"Nós achamos que sabemos de que lado estamos", disse, no teatro silencioso. "Achamos que sabemos quem somos. Separamos a vida entre o Bem e o Mal, o belo e o feio, a princesa e a bruxa, o certo e o errado."
Ela olhou para o pequeno menino-fada mordedor.
"Mas e se existirem coisas no meio?"
P. 301

Eu gostei bastante do enredo criado, mas por mim Tedros poderia ser facilmente descartado, não gostei mesmo dele (e de muitos personagens do bem). A história nos prende do início ao fim - e que fim - o que me faz agradecer o fato de já ter o segundo livro em casa para ler, que pelo título (Um Mundo Sem Píncipes), acho que continuarei gostando muito, kkkk

Amazon