06 novembro, 2017


[Conhecendo o Autor] Clara de Assis


Layane, que delícia ter recebido o convite para participar da coluna em seu blog! É um prazer enorme poder contar um pouquinho da minha história para os seus leitores, muito obrigada!

Como muitos já perceberam, denunciada pelo sotaque chiado, nasci no Rio de Janeiro, em uma família que sempre amou os livros, reuniões familiares semanais, risadas escandalosas e música ao vivo. Uma combinação um tanto inusitada, mas de fato isso funcionou para a formação da minha identidade como autora e leitora. E funcionou tão bem que aos cinco anos eu já tinha lido Senhora, de José de Alencar — e não devo ter entendido muita coisa, pois tornei a ler umas oito vezes ao longo da vida, mas okay, das últimas vezes foi mais por estar apaixonada por Fernando. — Florian, Encantado, e aquele esquisito da Ariel, nunca tiveram a menor graça para mim. Eu acho fofo quem curte príncipes e tal, mas depois de passar pelo canalha do Fernando, nada mais nesse mundo importa. Ele me estragou para todos os outros homens, literários, claro. E acho que nasceu daí minha predileção por mocinhas determinadas e pela redenção dos cretinos.

Sempre escrevi textos pequenos, geralmente a partir da observação da minha família, que são todos loucos. Aos dez anos eu resolvi que preencheria um caderno enorme com um livro de época, e assim o fiz, escrevi meu primeiro livro aos dez anos e espero nunca, jamais mostrar aquilo para ninguém! 

Poderia dizer que não sabia o que estava fazendo ao me aventurar nas páginas em branco, felizmente isso seria uma mentira, sempre estive cercada por livros, pesquisas, textos, minha família adora escrever, acho que puxei isso deles. A parte não tão feliz, pelo menos para eles, é que nada do que eu escrevia, prestava — para eles, o sentido de prestar e não prestar, tem a ver com uma única palavra: edificante. Nossa, eu ouvi tanto essa palavra enquanto criança que ela grudou na minha mente... Será por isso que eu estudei Edificações? Agora fiquei com isso na cabeça. — Embora meus familiares não achassem a menor graça nas minhas crônicas e séries cheias de reviravoltas e diálogos cotidianos, meus amigos sempre deram muitas risadas e demonstravam interesse pelo que eu levava para o colégio, encadernado depois de ter datilografado na minha amada máquina de escrever. Saudades, máquina.

Meus pais insistiram para que eu focasse em algo mais “aceitável de se escrever”, como o romance policial. Eu li um monte deles, eu os amo também. E li muitos livros de guerra e holocausto. A sensação ruim e sufocante que ficava no peito não me fazia bem. Sou uma garota que gosta dos momentos felizes. E eu acho que se você abandonar o bom humor, você se torna uma pessoa chata; insípida, na melhor das hipóteses; e amarga, na pior delas.

Enquanto eu crescia, segui minhas formações, voltada para a área de exatas. Isso não tem lá muita importância, na verdade. O que importou, realmente, foi contar para todos que eu iria publicar um livro de comédia romântica. Pensaram que eu estivesse brincando, ainda mais quando quiseram saber por qual editora e eu respondi que seria independente. Foi muito importante, nesse momento, contar com o apoio do meu marido, que atestou minha sanidade. Ah, e dos meus filhos também, que ficaram quietinhos para a mamãe trabalhar e compreenderam que eu ia demorar a me juntar a eles no jogo de bola.

Pois é, Aluga-se um Noivo foi o primeiro livro que publiquei, independente, em e-book e físico, em 2014. Desde então, a vida me fez concentrar em outras prioridades. Eu não estava buscando um lar para o Théo, e honestamente havia declinado de alguns convites, pois eu sei que é uma profissão que exige muito, ser escritor é se doar quase que 100% e o seu tempo não é mais seu, nem seus pensamentos, nada.

Aluga-se um Noivo tem toda uma história por trás da história. Uma leitora, enquanto eu publicava o livro em uma plataforma, o Nyah! resolveu “me ajudar” a escrever o final, porque segundo ela, eu estava demorando demais para postar, a pessoinha então criou um arquivo digital com um final dela (isso, você não leu errado, ela escreveu por mim) e estava tão satisfeita com o que tinha feito que resolveu também dizer que era eu (novamente, você não leu errado, ela se passava por mim) e saiu por aí distribuindo pdf falsificado, eu nem sei que nomenclatura eu dou a isso, nem em quantos artigos penais ela incidiu. Obviamente que isso não deu certo, para ela, é claro. Afinal, eu havia registrado o livro original e tudo mais...

Tudo isso me obrigou a me posicionar e eu escolhi ser autora. É o que eu amo fazer, sempre amei.

Uma coisa muito boa que aconteceu depois de toda essa loucura, foi a nova casa que o Théo, Deby e Carol, receberam, que é a Editora Charme. É a melhor casa que o Noivo poderia ter. Estou muito feliz por poder fazer parte dessa família. Aluga-se um Noivo faz parte de uma trilogia sobre os Di Piazzi, é o primeiro livro da série, seguido pelo Enzo e o Pietro. O lançamento de Aluga-se um Noivo, pela Editora Charme, na Bienal, foi um divisor de águas, foi um momento muito especial. Algumas pessoas perguntam se o livro mudou muito desde a publicação independente, o enredo é o mesmo — não matei ninguém novo... brincadeira —, mas o livro recebeu uma nova revisão e algumas alterações foram feitas, sim.

Durante esse tempo, já escrevi “Dragão de Jade”, “Esfinge” e estou tentando terminar “Quimera”, são thrillers de espionagem, da série Dragão de Jade, e estão na Amazon, assim como o romance com fantasia “Faz Amor Comigo?”. Recentemente publiquei, também pela Amazon, a comédia romântica “Tal Mãe. Tal Filha” e tenho recebido um feedback incrível dessas obras!

Eu trato meus leitores como meus amigos, eu prefiro assim, sou uma pessoa acessível e comunicativa. E a receptividade dos leitores é maravilhosa, é muito bom ter um feedback sincero, eu adoro esse contato, as pessoas me procuram e ficam curiosas sobre o que é real e o que é ficção no enredo de Aluga-se um Noivo, já que a maioria sabe que a Carol é baseada em uma mulher de carne e osso — mais osso do que carne —, que me emprestou não apenas sua descrição física como também sua personalidade espontânea e divertida, Carol é minha amiga da vida toda e eu sempre achei que ela daria um personagem incrível, e não é que eu estava certa?!

Durante a Bienal do Rio, nas sessões de autógrafo, ouvi muitas pessoas e fiquei encantada que eu tenha feito, de alguma forma, parte de suas vidas com minhas histórias e tenha podido levar um pouco de carinho e risada para elas.

Acho que é isso...

♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥ 

Curtiram conhecer um pouco a Clarinha? Pois é, assim que cheguei na Bienal eu corri para encontrá-la e garantir um Théo Casas Bahia para mim, kkkkkk, estava com essa cara de felicidade e ainda nem tinha lido o livro #SabeDeNadaInocente kkkkk


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12 comentários:

  1. Caramba! Fiquei com muita vontade de ler esse livro! Preciso dle

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  2. Lay!
    Nossa! Que precoce. Ler Senhora já é difícil e aos 5 anos, super gênio a Clara.
    E escreveu seu primeiro livro aos 10 anos e ainda romance de época, estou de queixo caído....
    Sou do tempo da máquina de escrever também...kkkkkkk
    Que horror alguém se apoderar da obra dela, fiquei chocada.
    Gostei de ver que ela optou por ser escritora e tem várias obras escritas e algumas lançadas.
    Desejo muito sucesso!
    Desejo uma ótima semana de luz e paz!!
    “É prova de inteligência saber ocultar a nossa inteligência.” (François La Rochefoucauld)
    cheirinhos
    Rudy
    TOP COMENTARISTA novembro 3 livros, 3 ganhadores, participem!

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    1. Olá, Rudy!
      Eu aprendi a ler e escrever aos 3 anos, então aos 5 eu já catava os livros na estante do meu pai, mal sabia eu que Senhora, embora fosse pequeno e com uma capa bonita com uma mulher em vestido de época, não era livro infantil hahaha
      Mas, okay, acabei apaixonada!
      Apesar de ter optado em ser autora, na verdade, foi mais um posicionamento mesmo... como: hey! Solta que esse livro é meu! hahahaha.
      Continuo trabalhando na área de engenharia, infelizmente ainda não consigo viver de livro, mas um dia, tenho fé que conseguirei :D
      Obrigada por ler e por se interessar em me conhecer um pouco. ♥

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  3. Oi Lay
    Eu adoro qd podemos conhecer um pouquinho mais ou realmente conhecer um autor.
    Eu não conhecia a Clara, mas adorei saber um pouquinho dela e me deixou animada p conhecer suas obras!

    Sucesso pra você Clara!

    Bjooos
    muitospedacinhosdemim.blogspot.com.br

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    1. Ah, que ótimo, Fernanda! Fico muito feliz por ter aberto as portas para eu entrar em sua biblioteca =)
      Sucesso para todos nós!
      Beijos

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  4. Precisamos disso: conhecer mais os nossos belíssimos autores brasileiros!
    Muito bom o quadro

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    1. Ah, que lindo, Glabelly! Eu também sou muito fã da literatura nacional =)
      Obrigada por ter lido um pouco sobre mim =)

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  5. Nossa, amo José de Alencar e também quebrei a cabeça com alguns de seus livros na infância. Kkk
    Amei conhecer um pouco da autora, o livro parece perfeito. Com certeza vou procurar.

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  6. Olá!
    Nossa, é sempre bom conhecer mais sobre os autores, amei conhecer mais sobre você. Eu já li resenha do seu livro e estou desejando muito ler ele. Com certeza irá ser uma história maravilhosa!

    Meu Blog:
    Tempos Literários

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  7. Já li os livros do Théo e do Enzo, mas não encontro o livro do Pietro, nem o nome. Onde posso encontrar?

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    1. Oie, tudo bem?
      Ainda não temos livro do Pietro. Por enquanto apenas o Théo e o Enzo mesmo.
      Bjs

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