Ficha Técnica
Título: Diário de uma EscravaTítulo Original: The Shadow
Autor: Rô Mierling
ISBN: 978-85-945-4019-5
Páginas: 224
Ano: 2016
Tradutor: Santiago Nazarian
Editora: Darkside
Laura é uma menina sequestrada e jogada no fundo de um buraco por alguém que todos imaginavam ser um bom homem. Ela vê sua vida mudar da noite para o dia, e passa a descrever com detalhes sinistros e íntimos cada dia, cada ato, cada dor que o sequestro e o aprisionamento lhe fazem passar. Estevão é homem casado, trabalhador, pai de família, mas que guarda em seu íntimo uma personalidade psicopata. Ele percorre ruas e cidades se apossando da vida de meninas ainda muito jovens, pois dentro de si uma voz afirma que é dele que elas precisam. Mergulhando fundo nessa fantasia, ele destrói vidas, famílias e sonhos, deixando atrás de si um rastro de dor e morte.
Resenha
Através de um diário, iremos conhecer o passado e o presente de Laura, uma moça que foi sequestrada quando criança, e aprisionada dentro de um buraco por um psicopata que a utiliza como escrava sexual. Apelidando-o de Ogro, Laura narra com muitos detalhes e sem filtros, as atrocidades que sofre nas mãos de seu sequestrador.
Após anos de cativeiro, e com uma raiva acumulada dentro de sí, Laura decide que tentará escapar das garras d’Ogro. Assim, ela começa a arquitetar um plano, onde terá que seduzir e convencer seu algoz de que ele pode confiar nela, extrapolando a infeliz conexão abusiva/sexual que possuem. Investindo as poucas energias e esperanças que ainda têm, iremos acompanhar a decisão mais adulta que Laura já teve que tomar, decisão esta que poderá ser a sua tão sonhada liberdade, ou seu derradeiro fim.
O interessante de “Diário de uma Escrava” é seu ar de ficção policial, mas que carrega fortemente uma raiz de realidade, e isto se deve bastante ao fato da obra ser baseada em fatos reais colhidos por Mierling. Com uma escrita crua – que poderá chocar alguns leitores –, fica evidente que a autora não poupou esforços nem medidas para abrandar sua narrativa, optando assim, por uma vertente mais bruta e verossímil.
A narrativa fica a cargo de Laura por boa parte da obra, tirando os segmentos que acompanhamos os relatos policiais ou dos pais da vítima. O bom de podermos acompanhar a história de Laura através de um diário, é conseguir notar a transformação que a jovem sofre durante os anos que é mantida em cativeiro. Os questionamentos, os medos, as angústias e também as pequenas alegrias que lhe são concedidas, como um simples banho de sol… tudo isso – além do próprio ambiente –, vai influenciando e transformando uma pré-adolescente em uma mulher.
Se houve algum problema na obra, para mim foram somente dois. O primeiro deles foi o fato de algumas palavras, ou conjuntos de palavras, se repetirem com muita frequência, muitas vezes uma muito próxima da outra. E o segundo seria a adição dos capítulos narrativos por parte da polícia, coisa que acontece mais para o final do livro. Achei que isso não acrescentou muito à história, e o espaço poderia ter sido utilizado para a narrativa de outros eventos.
Compare e Compre
Após anos de cativeiro, e com uma raiva acumulada dentro de sí, Laura decide que tentará escapar das garras d’Ogro. Assim, ela começa a arquitetar um plano, onde terá que seduzir e convencer seu algoz de que ele pode confiar nela, extrapolando a infeliz conexão abusiva/sexual que possuem. Investindo as poucas energias e esperanças que ainda têm, iremos acompanhar a decisão mais adulta que Laura já teve que tomar, decisão esta que poderá ser a sua tão sonhada liberdade, ou seu derradeiro fim.
Eu estou sentada na cama. Estática, mas guardando dentro de mim as forças que tenho.“Diário de uma Escrava” é um livro escrito pela gaúcha Rô Mierling, iniciando assim a primeira parceria nacional, no segmento de romance ficcional, da Darkside Books, iniciativa paralela ao também recém lançado “Bom Dia, Verônica”, da autora Andrea Killmore.
Se ele me der alguma brecha, será hoje o dia de colocar o meu plano em ação. Mas, se não for hoje, não vou eliminar todas as possibilidades.
P. 49
O interessante de “Diário de uma Escrava” é seu ar de ficção policial, mas que carrega fortemente uma raiz de realidade, e isto se deve bastante ao fato da obra ser baseada em fatos reais colhidos por Mierling. Com uma escrita crua – que poderá chocar alguns leitores –, fica evidente que a autora não poupou esforços nem medidas para abrandar sua narrativa, optando assim, por uma vertente mais bruta e verossímil.
A narrativa fica a cargo de Laura por boa parte da obra, tirando os segmentos que acompanhamos os relatos policiais ou dos pais da vítima. O bom de podermos acompanhar a história de Laura através de um diário, é conseguir notar a transformação que a jovem sofre durante os anos que é mantida em cativeiro. Os questionamentos, os medos, as angústias e também as pequenas alegrias que lhe são concedidas, como um simples banho de sol… tudo isso – além do próprio ambiente –, vai influenciando e transformando uma pré-adolescente em uma mulher.
– Que bom que você está melhor – diz ele.Não acompanho resenhas de outras pessoas, porém ouvi por alto alguns comentários negativos sobre “Diário de uma Escrava”, e sinceramente não faço ideia do que essas pessoas estão reclamando. Na minha opinião, a leitura foi bastante satisfatória, os sub-capítulos são curtinhos e me ajudaram a devorar o livro em poucas horas. As personagens, apesar de atípicas, também foram um fator importante para manter o ritmo da leitura, já que, você fica ansioso e angustiado junto com os eventos descritos por Laura.
Eu não sei mais o que pensar, a não ser que realmente ele é um louco insano, achando que “estou bem”. Minha alma está dilacerada, meu corpo violado e meu espírito, que antes era de Deus, já não existe mais, perdido nas profundezas do ódio e da morte.
P. 54
Se houve algum problema na obra, para mim foram somente dois. O primeiro deles foi o fato de algumas palavras, ou conjuntos de palavras, se repetirem com muita frequência, muitas vezes uma muito próxima da outra. E o segundo seria a adição dos capítulos narrativos por parte da polícia, coisa que acontece mais para o final do livro. Achei que isso não acrescentou muito à história, e o espaço poderia ter sido utilizado para a narrativa de outros eventos.
Nunca mais serei a mesma pessoa, não serei mãe, esposa, não terei família, nunca serei feliz. Então, por que sair daqui?De resto, “Diário de uma Escrava” foi uma ótima surpresa, além do fato de podermos celebrar mais uma obra nacional no segmento terror/policial. Não tenho dúvidas que algumas passagens irão chocar alguns leitores, e que o desenrolar do livro não irá agradar à todos, mas relembro que a obra de Rô Mierling foi baseada em pesquisas e fatos reais, e o choque do desfecho, apesar de impactante, infelizmente é só mais uma triste vertente desta realidade e que o mesmo precisa ser debatido também. Seria um grande alívio se relatos como estes, fossem assim como “Diário de uma Escrava”, mera ficção.
[...] Nunca terei uma vida comum, jamais serei uma mulher normal.
P. 105
Compare e Compre
Sou apaixonada pela capa desse livro e pretendo lê-lo sim, ainda mais por descobrir agora na sua resenha que é baseado em fatos reais. Uau! :o Realmente, pode ser meio chato ficar lendo coisas repetidas mas se você disse que vale a pena eu acredito. Vou adicionar na minha meta desse ano!
ResponderExcluirOi Luíza,
ExcluirObrigado pela confiança haha =D
Boa leitura.
Fiquei bem curiosa com esse livro. De certa forma me lembrou O Quarto de Jack, porque a menina foi sequestrada pra ser escrava sexual, mas vejo que tem muitas diferenças, e que é narrado de uma forma bem pesada. Vai pra minha lista de desejados com certeza.
ResponderExcluirAbraços :)
Oi Ingrid,
ExcluirO fato da personagem ser sequestrada ainda adolescente, lembra mesmo "O Quarto de Jack", mas "Diario de uma Escrava" é muito mais obscuro. Mas gostei de ambas leituras.
Espero que goste do livro quando o ler.
Abraços
Tácio!
ResponderExcluirO livro é mais um daqueles bem polêmicos no mundo literário...
Leio resenhas bem positivas como a sua que apreciaram e entenderam o significado do livro, que entenderam o que a autora quis transmitir com os relatos descritos.
Já outros, acharam a obra bem esdrúxula, cruel e não entenderam bem o comportamento da protagonista.
De minha parte, preciso ler para tirar minhas próprias conclusões...
“O saber é saber que nada se sabe. Este é a definição do verdadeiro conhecimento.” (Confúcio)
cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
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Oi Rudy,
ExcluirDepois que escrevi a resenha, fui ver no skoob qual era o tal problema com o livro. E é exatamente isso que você falou.
Para mim, o final foi muito coeso, e foge completamente do óbvio... e ainda assim, conseguiu ser crível.
Beijos
Também li resenhas negativas e outras positivas. Esse livro parece ser o tipo que ou vc ama ou odeia, preciso ler para saber rsrs é uma leitura bem forte e já vi um spoiler do fim então estou esperando que a narrativa mantenha minha atenção até lá
ResponderExcluirOh Thaynara, lhe contaram o final?
ExcluirO livro prende, acho que mesmo que você saiba do final, talvez ainda consigo se entreter. =]
Não gosto muito de livros com temáticas fortes assim, como o sequestro e o estupro, e sabe que a narrativa da autora é crua e chocante me dá ainda mais nojo.
ResponderExcluirNão conseguiria ler um livro desse, mas não desmereço o trabalho da autora que deve ser incrível, mas para mim não cola.
Achei bacana a editora investir em livros nacionais também.
Oi Lidiane,
ExcluirPara quem lê os livros da Darkside, faz todo sentido eles apostarem na Rô, combina bastante. E acho bem legal também, eles investirem em autores nacionais.
Abraços.
Gostei da premissa da obra, realmente nem todos estão preparados para entender o quanto este mundo é cruel. É óbvio que fiquei torcendo pela fuga bem sucedida da protagonista, mas imagino que seu final não tenha sido assim tão bom, por ser baseado em fatos reais. Que bom que a leitura não é tão arrastada e talvez as pessoas que acharam não estejam acostumadas com este gênero. Que pena que há muitas palavras repetidas e uma descrição policial desnecessária. Sua resenha é a primeira que leio, ela está ótima, gostei muito da dica.
ResponderExcluirAbraço!
A Arte de Escrever
Tácio, bacana a resenha. Mas você misturou com a ficha técnica de outro livro (que teve tradução minha). Obviamente não traduzi esse. Abraços.
ResponderExcluirEssa história tem cara de ser bem intensa e chocante. Só de ler a sinopse já dá um certo arrepio no leitor.
ResponderExcluirParece ser uma história bem sofrida e cruel. Acredito que é uma ótima pedida pra quem gosta do gênero.
Não costumo me aventurar muito pra esses lados, mas confesso que me interessei.
Essa edição está um luxo!!!
Beijos,
Caroline Garcia
A capa é maravilhosa e o enredo é denso e interessante, ainda não tive oportunidade de ler nada tão denso mas acho que esse livro seria uma boa oportunidade.
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