17 fevereiro, 2017


[Resenha] Crave à Marca - Veronica Roth

Ficha Técnica 

Título: Crave à Marca
Título Original: Carve The Mark
Autor: Veronica Roth
ISBN: 978-85-7980-328-4
Páginas: 478
Ano: 2017
Tradutor: Petê Rissatti
Editora: Rocco
Num planeta em guerra, numa galáxia em que quase todos os seres estão conectados por uma energia misteriosa chamada “a corrente” e cada pessoa possui um dom que lhe confere poderes e limitações, Cyra Noavek e Akos Kereseth são dois jovens de origens distintas cujos destinos se cruzam de forma decisiva. Obrigados a lidar com o ódio entre suas nações, seus preconceitos e visões de mundo, eles podem ser a salvação ou a ruína não só um do outro, mas de toda uma galáxia. Primeiro de uma série de fantasia e ficção científica, Crave a marca é aguardado novo livro da autora da série Divergente, Veronica Roth, que terá lançamento simultâneo em mais de 30 países em 17 de janeiro, e surpreenderá não só os fãs da escritora, mas também de clássicos sci-fi como Star Wars.

Resenha


Com quase 500 páginas, a nova empreitada da autora Veronica Roth – mais conhecida por ser a mente por trás da série “Divergente” –, é confusa e bem decepcionante. Com uma narrativa arrastada e uma quantidade absurda de informações que são jogadas ao leitor, fica difícil compreender o complexo universo de Roth, e mais difícil ainda achar forças para prosseguir a leitura.

Em uma certa galáxia está havendo conflitos entre povos distintos, ambos que são agraciados com uma energia que é capaz de lhe prover certos poderes: a corrente. Não tem como ler isso e não se lembrar automaticamente de “a Força” que rege o universo de Star Wars, coincidência, cópia ou homenagem… não importa, pois nem isso é suficiente para salvar “Crave à Marca”.

De volta à sinopse do livro, iremos conhecer os jovens Cyra Noavek e Akos Kereseth, que são de lados distintos de tal conflito intergalático. Enquanto Cyra precisa aprender a lidar com seu poder que é extremamente poderoso e letal, Akos com seu jeito bondoso, dedicará toda sua concentração para salvar membros de sua família, que foram raptados pelo maligno irmão de Cyra. Juntos, Akos e Cyra precisarão deixar de lado suas diferenças, para tentar pôr um fim a segregação que existe na galáxia.
– Você é uma Noavek – insistiu ele com teimosia, cruzando os braços. A brutalidade está em seu sangue.
– Eu não escolhi o sangue que corre em minhas veias – retruquei. – Do mesmo jeito que você não escolheu seu dom, sua fortuna. Você e eu, nós nos tornamos o que era esperado de nós.
P. 102 
Como disse anteriormente, o universo criado pela autora é bastante rico, mas ao mesmo tempo confuso. Com muitas informações e palavras difíceis, Roth se perde muitas vezes ao tentar explicar o que se passava em sua cabeça. Muitas vezes senti que ela injetava as letras “s”, “h” e “k” em qualquer palavra que quisesse aparentar ser de outro planeta que não fosse a Terra. O mais desolador é saber que ao final do livro, existe um guia de pronúncia e um glossário de muitas dessas terminologias complicadas… Mas qual o sentido de tal coisa, quando o leitor não sabe que tal artifício existe e só irá se deparar com ele APÓS todo o nebuloso percurso?

A narrativa do livro é dividida entre Cyra e Akos, e tenho que dizer que os dois são o mais próximo de algo positivo que encontrei em “Crave à Marca”. Apesar de estarem longe de personagens perfeitos, ambos são responsáveis por guiar o leitor pela história, e talvez este seja o fato de não nos apaixonarmos completamente por eles, pois a todo momento estão nos lembrando que suas narrativas são insossas e arrastadas demais.
– Você – sussurrou ela – é a única pessoa que ele poderia tirar de mim agora.
P. 246 
Acho que todos que leram a trilogia “Divergente” concordam que Veronica Roth tem uma escrita que prende, mesmo quando a mesma fez escolhas duvidosas e praticamente destruiu o desfecho de sua obra de mão beijada. Aqui, em “Crave à Marca”, a escrita de Veronica é irreconhecível, e ao invés de prender seu leitor, ela os repele, arrancando qualquer vontade mínima que possa existir em querer continuar a leitura.

Já vimos isso acontecer antes com autoras de livros infanto-juvenil. É autora que saiu de bruxos para detetives, de vampiros para alienígenas e outras que com muito medo de criar algo novo continuam insistindo na mesma fórmula. Algumas vezes se distanciar daquilo que lhe tornou conhecida dá certo, outras vezes não. Eu gosto de quem ousa, de quem tenta criar algo novo, e isso por sí só é uma vitória. Porém, infelizmente, no caso de Veronica Roth, não saiu algo muito interessante, e fica bem difícil querer continuar acompanhando os próximos volumes desta empreitada, mesmo quando ela nos dá um desfecho interessante em “Crave à Marca”



Comentários
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6 comentários:

  1. Curti bastante a série Divergente (só o final que não) e não imaginava que em Crave a Marca a autora tenha pecado tanto!
    Uma pena, pois dos livros que li da autora gostei bastante da escrita dela.
    Estou vendo bastantes comentários negativos e isso vem me deixando um pouco desanimada.
    Quem sabe mais pra frente, talvez, eu confira esse livro.
    Beijos,
    Caroline Garcia

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  2. Nossa Tácio!
    Estava tão interessada em ler esse livro e mesmo após todas suas observações, acredita que ainda estou curiosa para fazer essa leitura?
    é que me interesso pelo estilo e quero conferir.
    Uma pena ter tantas personagens e nomenclaturas complicadas de serem entendidas...já sei que irei me confundir um pouco.
    “O saber é saber que nada se sabe. Este é a definição do verdadeiro conhecimento.” (Confúcio)
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
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  3. Infelizmente a série Divergente não foi lá muito agradável para mim mas vou dar mais uma chance para a autora quem sabe esse livro não tira a minha má impressão dela, fiquei realmente interessada na historia e a capa é maravilhosa. <3

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  4. Eu gostei mais de The Host do que de Crepúsculo, então para alguns autores de juvenis que saem do tema, pode ser interessante. Mas gosto é gosto.
    Depois de me decepcionar com o final da trilogia Divergente, acho que não gostaria de ler algo da autora nem tão cedo, e após conhecer sua opinião sobre a obra, prefiro mesmo me manter afastada.

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  5. Não fiquei tão fã da saga Divergente, não foi pelo final, ao contrário dos outros não achei tão ruim, mas a história em si já não era algo muito bom. Que pena que este livro não funcionou para você, estou curiosa para conferir, mesmo com os nomes difíceis que ela colocou no enredo. Essa corrente que lembra a força de Star Wars parece ser legal. Uma pena que você não tenha gostado da leitura, mesmo não sendo fã da autora quero conferir. Ótima resenha.
    Abraço!
    A Arte de Escrever

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  6. Li só o primeiro de Divergente e gostei.
    Estou lendo Crave a marca, mas está difícil continuar... vou continuar tentando mas estou empacada

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