03 agosto, 2015


[Resenha] Os Dois Mundos de Astrid Jones - A.S. King

Ficha Técnica

Título: Os Dois Mundos de Astrid Jones
Título Original: Ask The Passengers
Autor: A.S. King
ISBN: 978-85-8235-269-4
Páginas: 287
Ano: 2015
Tradutor: Santiago Nazarian
Editora: Gutenberg
16“O movimento é impossível.” É o que Astrid Jones, 17 anos, aprendeu na sua aula de filosofia. E, vivendo na pequena cidade em que mora, ela começa a acreditar que isso é mesmo verdade. São sempre as mesmas pessoas, as mesmas fofocas, a mesma visão de mundo limitada, como se estivessem todos presos em uma caverna, nunca enxergando nada além. Nesse ambiente, ela não tem com quem desabafar suas angústias, e por isso deita-se em seu jardim, olha os aviões no céu, e expõe suas dúvidas mais secretas aos passageiros, já que eles nunca irão julgá-la. Em seu conflito solitário, ela se vê dividida entre dois mundos: um em que é livre para ser quem é de verdade e dar vazão ao que vai em seu íntimo, e outro em que precisa se enquadrar desconfortavelmente em convenções sociais. Em um retrato original de uma garota que luta para se libertar de definições ultrapassadas, este livro leva os leitores a questionarem tudo e oferece esperança para aqueles que nunca deixarão de buscar o significado do amor verdadeiro.

Resenha


Astrid é uma garota de 17 anos que mora com seus pais e irmã em uma cidade pequena dos Estados Unidos. A cidade é tão pequena que praticamente todo mundo se conhece e sabe da vida do outro. A protagonista não se sente a vontade na cidade, e até mesmo em casa, não consegue sentir que pertence ao lugar.

O ambiente familiar de Astrid não é um dos melhores. Sua mãe parece não sentir afeto pela garota ao mesmo tempo que "distribui" carinho para sua irmã Ellis. O pai é sempre indiferente a tudo que acontece, aquele famoso cumpre ordens da esposa e que não gosta de se indispor com ninguém. Ellis é a típica menina exemplo que as pessoas veneram e que desejam que seus filhos sejam. Astrid é justamente o contrário.

A garota vive um conflito solitário, mesmo tendo amigos com que pudesse conversar e desabafar, Astrid não se sente preparada para externar tantos sentimentos que ela mesmo nem sabe lidar. E é a partir desse conflito e desse medo de compartilhar o que sente que Astrid passa horas deitada olhando aviões e manda os seus pensamentos para os passageiros. Pessoas que não terão como julgá-la e nem saber de fato o que aflige a garota. Mensagens e pensamentos de amor.
Mas é bom amar uma coisa e não esperar nada em troca. É bom não haver discussão nem pressão alguma, ou qualquer boato de qualquer baboseira. É amor sem amarras. É o ideal.
Pág. 30
Tem um relacionamento que está ficando bem sério, mas não sabe como lidar com isso. Essa dúvida e esse medo é devido ao possível julgamento das pessoas sobre com quem Astrid escolheu para ser feliz.

Astrid é uma menina muito viva, questionadora e que merecia ser compreendida pela família e pelas pessoas de seu colégio. Ela não escolhe simplesmente aceitar as coisas sem entender o porque. As atitudes dela não agradam a maioria das pessoas da cidade e por isso sua vida as vezes parece ser complicada.

O ano ainda não acabou e estou colocando Os Dois Mundos de Astrid Jones como um dos melhores livros de 2015. A autora tratou de temas delicados e soube conduzir a história sem atropelar acontecimentos e, o mais importante, não transformou em um clichê. A vida de Astrid é tudo menos um clichê, tem muitos obstáculos, muitas injustiças e falta de igualdade, um carinho familiar inexistente, uma carência materna real e que moldam o comportamento da garota. E mesmo com tudo isso, Astrid oferece amor. Mesmo com tantas pedras e dedos apontados, ela prefere não brigar, gritar com aqueles que a machucam. Quer apenas ser respeitada e amar quem ela quiser e sem julgamento. Livro mais do que recomendado.
Porque a igualdade não é realmente óbvia para a maioria das pessoas.
Pág. 231

Comentários
16
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16 comentários:

  1. Eu estou muito interessada em ler esse livro, principalmente agora que sei que a autora não transformou a história em clichê, o livro é umas das próximas leituras e agora vou encarar com muito mais carinho.

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  2. Oiiiii
    Eu adorei a capa mas n podia imaginar que se tratava de uma história tão interessante!
    Fiquei super interessada depois da sinopse e da sua resenha!
    Certeza que vai p listinha enoooooooorme de leitura!

    Bjooos
    muitospedacinhosdemim.blogspot.com.br

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  3. Adorei sua resenha!
    Tô querendo muito ler esse livro, adorei saber que você considerou como uma das melhores leituras desse ano, fiquei mais ansiosa ainda para ler.
    Sem contar essa capa linda.

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  4. Oi Auri,
    Eu não sabia nada sobre o livro, é a primeira vez que vejo resenha dele.
    Ele parece ter uma carga emocional grande, pelo fato da protagonista não ter atenção da família.Estou bastante curiosa a respeito de tudo. Me apaixonei pela capa e acho que tem tudo haver com o fato dela se sentir sozinha.
    Já está na minha listinha.
    Beijos!

    umlugarparaleresonhar.blogspot.com

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  5. O livro já me chamou a atenção pela personagem, tenho certeza de que vou gostar dela, e também pela sua vida, já que não é uma vida perfeita, e por isso tenho certeza de que não é um clichê. Estou super curiosa para saber de todos os pensamento da protagonista, e tudo o que vai acontecer, sei que vai ser muito emocionante. Bjus.

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  6. Não gostei da capa, e por esse motivo eu não havia me interesado em saber mais sobre o livro,adorei a resenha, mas o que mais me interessou foi em saber que o livro não é cliche, se ouver a chance com certeza eu iria ler, obrigado pela dica

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  7. Ja li e recomendo a todos!! A.S. King é o David Levithan com leveza! rsrs

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  8. Tudo menos clichê é o que estou procurando em livros atualmente, Auri. Então só essa frase já me fez querer o livro. rs
    Esse sentimento de não pertencimento que aflige a protagonista deve ser doloroso e até perturbador. Quero conferir como isso foi tratado no desenvolvimento do livro.
    Excelente resenha!

    Desbrava(dores) de livros - Participe do nosso top comentarista de agosto. Serão dois vencedores.

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  9. Auri!
    Questionamentos são ótimos e já gostei da Astrid.
    Ela é rebelde e isso traz revoluções.
    Quero saber se ela consegue sair da cidade...
    Quero ler o livro.
    Boa semaninha!!
    “A cada bela impressão que causamos, conquistamos um inimigo. Para ser popular é indispensável ser medíocre.”(Oscar Wilde)
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
    Participe no nosso Top Comentarista!

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  10. Hello!
    To surpresa com a resenha! Nao dava nada pelo livro, a capa é linda.. Mas a sinopse não tinha me chamado a atenção assim.
    Acho q vc ter colocado ele como um dos melhores de 2015 me deixou com uma ótima impressão.
    Gostei da protagonista, ela sente falta do amor da mãe e achei um injustiça tremenda. E por ela questionar as coisas ja me deixa animada em conhece la.
    Com certeza vou ler o livro depois do que li aqui.
    Amei a dica!

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  11. Já morei numa cidade assim, aonde era tão pequena que todos conheciam um ao outro. Super me identifiquei com Astrid, e ainda mais nessa de ser respeita sem julgamentos. não tem como não achar a Astrid uma garota muito fofa, ainda mais com essa carência de amor maternal.

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  12. Primeira vez que vi um pouco sobre o livro foi num canal no youtube, e já em interessei. As pessoas só elogiam a escrita e os livros da A.S. King, agora essa resenha maravilhosa e esses quotes incríveis. Preciso desse livro pra ontem!

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  13. Amei a capa! A história me cativou, e tbm em saber que a autora levou o livro pra o lado nada clichê, super me interessei em ler

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  14. Que linda sua resenha, amei!
    Nunca tinha lido nada sobre esse livro, mas agora estou fascinada e ao mesmo triste por essa história.
    Tadinha da Astrid... espero que o final tenha sido bem legal e feliz.
    Vou anotar aqui, e assim que der, lerei com certeza!
    bjs
    Ana
    elvisgatao.blogspot.com

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  15. Fiquei chateada q por causa da internet meu comentário sumiu -_-
    O livro parece bem bom. Morei a maior parte da vida em cidade pequena e era um inferno hahahaha
    O livro é em primeira peszo? Pq se for esse tratamento diferenciado pode ser coisa da cabeça da personagem, sei lá...

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  16. Ainda não tinha conhecido ou lido alguma coisa sobre esse livro, mas confesso que fiquei muito interessada por ele depois dessa resenha. Principalmente depois de saber que você vai colocá-lo como um dos melhores do ano. Parece incrível e já foi para a minha listinha!

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