Após ler e me apaixonar por “Quando Eu era Joe”, fiquei com o livro durante algum tempo em minha cabeça. Decidi então procurar saber um pouco mais sobre sua autora, que com sua narrativa e criatividade conseguiu me cativar tanto. E é por causa disso que mais uma vez trazemos para vocês, com muita alegria, uma entrevista exclusiva com uma autora internacional, desta vez Keren David.
Muito atenciosa, a Keren aceitou prontamente em responder nossas perguntas, todas da forma mais completa possível. É bom saber que existem autores que além de escreverem muito bem, se preocupam com seus leitores. Então, espero que gostem das perguntas e principalmente das respostas dadas pela Keren, e caso ainda não tenham visto, confiram a resenha de seu elogiado livro “Quando Eu era Joe”.
De Tudo um Pouquinho: “Quando Eu Era Joe” é o seu primeiro livro. Porém, ele é bem escrito, profundo e de qualidade inquestionável. Você já trabalhou como repórter e também na área editorial. Quando você descobriu que tinha o dom para a escrita?
Keren David: Saí da escola quando eu tinha 18 anos e daí consegui um emprego como mensageira em um jornal. Eu não estava lá por muito tempo, quando eles me pediram para começar a escrever resenhas de livros infantis para o jornal. Eles gostaram das resenhas e começaram a publicá-las, e me incentivaram a escrever mais. Meu editor me deu muito apoio, e se ofereceu para me treinar como uma repórter. Então, eu tinha um monte de incentivo e a oportunidade de ganhar a vida como escritora, quando eu ainda era um adolescente.
DTuP: No livro você aborda vários aspectos da cultura inglesa, inclusive um lado obscuro que muitas pessoas podem não ter conhecimento. De onde você tirou a inspiração para o livro? Precisou fazer pesquisa?
KD: Quando escrevi o livro a minha família tinha acabado de voltar para Londres depois de viver em Amsterdã por oito anos. Essa experiência de trocar de países, começando do zero, me inspirou a escrever sobre proteção à testemunhas - eu podia imaginar o quão estressante isso seria. O crime com a faca, infelizmente, veio da leitura de jornais locais. Meu filho estava na escola em Hackney, perto de onde o livro começa, e havia muitos casos de adolescentes esfaqueamento outros adolescentes por lá.
DTuP: O livro conta com temas bastantes fortes que são narrados com muita veracidade. Foi díficil para você escrever certas passagens do livro?
KD: Eu amei escrever o livro. Eu não achei difícil. Eu estava completamente presa nas experiências dos personagens, e foi muito gratificante sentir que a história foi tomando forma até virar um livro.
DTuP: Em “Quando Eu Era Joe” você escreve sob a ótica de um adolescente do sexo masculino. Como foi contar uma história de um universo completamente distinto do seu?
KD: Foi um desafio! Eu conversei muito com os homens sobre suas experiências aos 14, e com as mães de meninos de 14 anos de idade. E eu pensei de quando eu tinha 14 anos, e passei muito tempo imaginando ser o Ty. É engraçado agora que meu filho tem 14 anos, e eu sinto que o entendo muito melhor porque escrevi “Quando Eu era Joe”.
KD: A mãe de Ty é baseada na minha sogra - só um pouquinho -, ela era uma pessoa maravilhosa, carinhosa, com toneladas de caráter e energia, mas ela também tinha um temperamento díficil! Só o meu marido percebeu.DTuP: Algum personagem do livro foi baseado em alguém que você conhece/conheceu?
KD: Eu me surpreendi! Quando eu terminei o primeiro livro eu pensei em um bom começo para uma sequência, então eu escrevi esta ideia e isto acabou se tornando no segundo livro, “Quase Verdade”. O terceiro livro surgiu quando comecei a receber cartas de leitores perguntando quando uma outra obra sobre Ty iria ser lançada. No começo eu pensei que não, mas então eu tive uma boa ideia... “Quase Verdade” é sobre os acontecimentos com Ty e alguns segredos de família que ele nunca soube. “Outra Vida” (tradução livre) é sobre uma sociedade mais ampla de Londres, os garotos ricos que usam drogas e os pobres que acabam entrando no tráfico de drogas. É, em parte, narrado por Ty e em parte por seu primo Archie, que é muito chato, mas também muito engraçado.DTuP: A história de Ty é contada em três livros, correto? Por que decidiu dividir a história em mais de um livro e o que podemos esperar deles?
DTuP: Você disse nos agradecimentos do livro que o mesmo foi escrito, na maior parte, no curso Como Escrever para as Crianças, na City University. Que curso é este e como ele influenciou em sua escrita e no livro em si?
KD: Foram 10 semanas de aulas a noite que eu fiz na minha universidade local, e isso mudou minha vida. A professora, Amanda Swift era formidável, e ela nos fez fazer muitos exercícios de escrita, que me ajudaram a elaborar a mudança de jornalismo para a ficção. Então ela mediou uma série de oficinas, e foi aí que eu escrevi a maior parte de “Quando Eu era Joe”. O livro começou como um exercício de planejamento de trama em sala de aula - tivemos que criar um personagem e tecê-lo em conjunto com o personagem de outra pessoa. Ellie, a atleta com deficiência, era na verdade a personagem de Amanda - eu tive que pedir ela "emprestada"!
DTuP: Como leitora, quais são seus autores e obras favoritas?
KD: São tantos, mas vou mencionar apenas dois. “O Turista Acidental” de Anne Tyler é um livro maravilhoso, cada palavra tão bem escolhida. E dentro do segmento jovens-adultos eu amo “Os Adoráveis” de Sarra Manning que se passa muito perto de onde eu moro e é tão inteligente, engraçado e doce.
DTuP: Recentemente você escreveu um livro, “Salvage”. O que você pode falar sobre ele? Já está planejando um próximo livro?
KD: “Salvage” é sobre um irmão, Aidan, e uma irmã, Cass, que vêm de uma experiência de abuso e negligência. Quando Cass tem quatro anos e Aidan é seis, Cass é adotada por um político rico e sua esposa, mas Aidan cresce em orfanatos e lares adotivos. Doze anos depois, Aidan encontra Cass no Facebook e eles se reencontram - uma reunião que quase destrói a ambos.
Eu estou trabalhando em um novo livro - é sobre amor e ele se passa em Amsterdã.
KD: Oi brasileiros! Eu nunca fui ao Brasil, mas o meu marido viajou para aí muitas vezes e me deixou com inveja, porque ele disse que era um país tão magnífico. E cada pessoa brasileira que eu já conheci é maravilhosa. Eu até mesmo coloquei um personagem brasileiro em meu livro, e dei ao meu personagem principal a ambição de falar português! Então, por favor comprem muitas cópias de meus livros, e talvez um dia, eu possa realizar meu sonho de visitar o Brasil. Seria ideal para a Copa do Mundo!DTuP: Para finalizar, você poderia mandar um recado para os brasileiros, e talvez dizer à eles o por que de terem que conferir o seu trabalho?
Que bacana a entrevista! Já ouvi falar sobre o livro e acho que ele aborda um assunto muito interessante que tenho interesse em conhecer melhor. Adorei o post :D
ResponderExcluirBeijo,
Naty.
Entrevista maravilhosa *--*
ResponderExcluirConheci mais um pouquinho da autora *--*
sempre é bom saber mais, ja que eu li o livro quando eu era joe, e apaixonante, eu pelo menos gostei...
eu não conhecia nada sobre a autora só o livro dela msm mais nunca procurei a saber mais sobre outros livros dela...
Oi, Tácio
ResponderExcluirAdorei a entrevista. Ainda não li Quando eu era Joe, mas pretendo ler um breve.
Achei a escritora muito simpática.
Gostei muito da premissa do livro Salvage.
Amei a entrevista. Super simpática, até como responde as perguntas, e bastante aberta.
ResponderExcluirAinda pretendo ler Quando eu era Joe. E gostei quando ela disse que entende melhor o filho após escrever o livro. Foi muito muito interessante isso.
Hey Tácio, tudo bem?
ResponderExcluirAi.Que.Fofa! HAHA Eu já havia visto falar do livro dela, mas nunca procurei saber mais a fundo. E aqui lendo a entrevista eu adorei as citações sobre o livro, e como a autora foi uma fofa em toda entrevista. UAU!
Keren com certeza estará na minha lista de próximos livros para comprar por autora. E ela falando do Brasil e o personagem. *-------------*
A entrevista foi muito bem feita, parabéns a equipe.
Beijos
o livro é foda e eu queria saber quando lança aqui no brasil o segundo livro Quase Verdade
ResponderExcluirEntrevista muito bacana! Super atenciosa! Mas estou um pouco decepcionada, pois li com expectativa de saber o lançamento de Quase Verdade aqui no Brasil :( Estou em êxtase de ansiedade!
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