08 dezembro, 2023


[Resenha] Não Era Pra Ser Uma História de Amor - Sarah Adler

Ficha Técnica 

Título: Não Era Pra Ser Uma História de Amor
Título Original: Mrs. Nash Ashes
Autor: Sarah Adler
ISBN: 978-65-5565-543-8
Páginas: 304
Ano: 2023
Tradutor: Cláudia Mello Belhassof
Editora: Arqueiro
Millicent Watts-Cohen tem uma missão a cumprir. Determinada a reafirmar o poder duradouro do amor, ela decide levar as cinzas da senhora Nash, uma idosa de 98 anos que se tornou uma grande amiga, de Washington até a Flórida. Seu objetivo: reuni-la, ainda que simbolicamente, ao grande amor de sua vida, oitenta anos depois.
Mas as coisas não saem como previsto por Millie. Depois que uma pane geral no sistema de aviação cancela todos os voos, ela acaba pegando uma carona com Hollis Hollenbeck, um antigo colega do seu ex, que está indo de carro até Miami. Ele é um escritor enfrentando um bloqueio criativo e certamente não acredita no clássico “felizes para sempre”.
Ao longo de muitos quilômetros de estrada, enquanto os dois discutem sobre a playlist ideal para a viagem e lidam com restaurantes exóticos, uma pousada de gosto duvidoso, um festival de brócolis e um cervo histérico, Millie começa a suspeitar que seu relutante parceiro pode gostar mais da companhia dela do que deixa transparecer.
E, quanto mais perto eles chegam do destino, mais ela se vê forçada a admitir que essa viagem não é apenas sobre a história de amor da senhora Nash — talvez seja sobre a dela também.

Resenha


Mais um romance de uma nova autora e mais um romance que adorei. Ai, gente, como adoro ser surpreendida positivamente. Que incrível! 

Millicent Watts-Cohen tem quase trinta anos e, está no aeroporto de Washington bem no início do feriado prolongado, gastando um dinheiro que não deveria porque ela tem uma missão: levar as três colheres de sopa de cinzas da senhora Nash para a Flórida para reuni-la ao seu grande amor.

Embora Millie e a senhora Nash morassem no mesmo prédio, a amizade entre elas — mesmo com a senhora Nash sendo uma senhora de noventa e oito anos — só foi firmada e aprofundada quando Millie terminou o namoro com Josh, o que fez com que ela precisasse sair do apartamento onde moravam juntos. Coincidentemente, foi na mesma época em que o filho da senhora Nash começou a ficar mais preocupado com ela morando sozinha. Assim, as duas morarem juntas foi perfeito. Pena que durou tão poucos meses.
— Estar com você não tem a ver com acrescentar um troféu reluzente à minha coleção. Significa muito mais do que isso pra mim. Apesar do seu péssimo gosto pra música e, pelo jeito, pra poesia também, eu gosto de você, Mill.
P. 183
Durante a infância e o início da adolescência, Millie protagonizou um programa na tv, o Penelope volta ao passado, mas mesmo tantos anos depois e mesmo sem usar as redes sociais, muitas pessoas ainda a abordam, o que ela não esperava era que um fosse tão sem noção quanto o que chegou nela no aeroporto. Ainda bem que outro "desconhecido" — que a estava encarando antes como se tentasse se lembrar de onde a conhecia, e ela fazia o mesmo — a salvou daquela situação que já tinha passado a muito tempo do constrangimento.

Hollis Hollenbeck tem trinta e um anos e era do grupo de mestrado de belas-artes de Josh, o ex de Millie. Porém, essa é a única conexão entre eles, estavam longe de ser amigos. No máximo conhecidos. Talvez até rivais, mais da parte de Josh, claro, porque Hollis sequer se importava com a existência de Josh — a não ser quando ele ainda namorava com Millie, e apenas por causa dela. Esbarrar com Millicent por acaso no aeroporto enquanto estava a caminho de Miami para encontrar Yeva realmente foi no inesperado, assim como perceber o interesse dela. Porém, mesmo com o interesse nela há dois anos e, mesmo que eles se vejam presos em uma viagem de carro de Washington até a Flórida que irá despertar ainda mais seus sentimentos, ele não é um homem de relacionamento.
— Porque — sussurra ele na minha pele enquanto os dedos mergulham mais fundo no meu cabelo —, se eu ainda acreditasse nem "felizes para sempre", acho que eu meio que teria curtido ter um com você.
P. 215
Devido um problema no sistema tecnológico, todos os voos são cancelados, e Hollis decide ir de carro para Miami. Ele precisa encontrar Yeva e acabar de uma vez com esse bloqueio criativo, afinal, ele tem um prazo para entregar o próximo livro livro ao seu editor. Claro que ele não vai dar carona para Millie, ela só vai atrasá-lo e aborrecê-lo (ele não vai dizer a ela como realmente se sente). Entretanto, ao ver que ela não tinha conseguido alugar um carro sozinha e tinha decidido mesmo assim dividir um carro com um desconhecido até parte do caminho, ele resolveu ceder. É assim que eles farão essa viagem juntos (de quase 1.703 km — pasmem, praticamente 16 horas sem parar).

Quando é salva por Hollis no aeroporto, Millie tem certeza de que já viu aquele homem com aqueles olhos heterocromáticos. Mas ela sequer tem ideia de que a memória dela ela longe nem está tão certa assim.
— (…) Por que você está supondo que fui sarcástico?
— Porque você tem dois modos, Hollis: sarcástico e escritor pessimista.
— Acho que eu devia me sentir ofendido — diz ele. — Mas prefiro entender como um elogio.
P. 225
Alternando entre a viagem de Millie e Hollis e a história da senhora Nash, o livro nos mostra como o amor vale a pena, que a jornada é válida mesmo que não se saiba o resultado. Para mim, o único ponto negativo — se podemos chamar assim — é que eu senti falta do ponto de vista do Hollis, porque eu amo ter o ponto de vista dos dois protagonistas.

Um romance lindo, emocionante e que faz o coração sangrar e suspirar na mesma proporção.
Ele me encara com aquele olhar doce de frustração desnorteada
— Mas não dá pra evitar você, não é? Eu tentei no início. De verdade. (…)
O rosto dele muda, como se a última resposta tivesse surgido na mente dele e as palavras cruzadas estivessem completas.
— Estou começando a perceber que você é inevitável, Millicent. É como se você tivesse amarrado o meu cadarço de um pé com o outro no instante em que a gente se conheceu e, quanto mais eu tento te deixar pra trás, mais forte o nó vai ficando. Só que… eu não tenho a menor ideia do que fazer com toda essa intensidade, esse anseio, essa… coisa dolorida no eu coração que parece esperança, medo e necessidade. Os músculos que carregam esses sentimentos fortes atrofiaram há muito tempo, e o peso está me esmagando.
P. 247

P.S.: Se quiser adicionar esse livro na sua lista de leitura do Skoob basta clicar na capa que você será redirecionado para a página do livro no Skoob. 😉

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