Ficha Técnica
Título: Killer Clown Profile: Retrato de um AssassinoTítulo Original: Killer Clown: The John wayne Gacy Murders
Autores: Terry Sullivan e Peter T. Maiken
ISBN: 978-85-9454-182-6
Páginas: 432
Ano: 2019
Tradutores: Lucas Magdiel e Mariana Branco
Editora: DarkSide Books
O palhaço Pennywise, de It: A Coisa, é apenas uma ficção macabra perto de Pogo, o alter ego de John Wayne Gacy. Cidadão modelo. Empresário de sucesso. Voluntário do hospital. Um dos assassinos em série mais sádicos de todos os tempos. Poucas pessoas podiam ver o monstro cruel sob a maquiagem colorida de palhaço que Gacy usava para entreter as crianças. Poucas pessoas podiam imaginar o que estava enterrado em sua casa de horrores. Quando um adolescente desapareceu pouco antes do Natal de 1978, Gacy foi detido e uma equipe de investigadores foi enviada até sua casa com um mandado de busca. Enquanto vasculhavam o local procurando por pistas, toparam com indícios cada vez mais comprometedores e sinistros. O promotor do caso, Terry Sullivan, começava então a maior caçada de sua carreira. Sullivan reconstruiu a investigação — de registros de violência no passado de Gacy à horrível descoberta de mais de trinta vítimas atribuídas ao assassino e ao chocante relato de testemunhas oculares — para levar o leitor ao centro de um julgamento e seus desdobramentos. Killer Clown Profile: Retrato de um Assassino, novo livro da linha Crime Scene®, da DarkSide® Books, traz detalhes de investigações e audiências de John Wayne Gacy pela voz de quem caçou e prendeu o assassino em série brutal. Capítulo a capítulo vemos o caso se desenrolar, e as duas faces de Gacy — a do empresário bem-sucedido que ainda encontrava tempo para se dedicar aos interesses da comunidade e aquela que os psiquiatras nomeados pelo tribunal pintaram em seu julgamento — se mesclarem. Raramente é possível fazer um retrato tão profundo e fiel de um monstro. A história de Gacy veio à tona e perturbou profundamente os moradores de Chicago. Como confiar novamente nas figuras que os rodeavam? O julgamento foi repleto de depoimentos e conjecturas obscenas da defesa, mas terminou com Gacy condenado à morte. Ele aguardou a execução de sua sentença por catorze anos, e usou seu período de isolamento para pintar diversos quadros (palhaços, autorretratos, figuras religiosas e bastante polêmicas), muitos dos quais foram vendidos — outros tantos queimados. Poucos anos depois da condenação de Gacy, as pessoas viriam a se assustar novamente com palhaços, mas dessa vez na ficção: Stephen King lançou It: A Coisa em setembro de 1986, deixando para sempre a imagem perturbadora do palhaço Pennywise na mente de todos. Apesar de nunca ter confirmado a inspiração, os fãs do escritor de coração assombrado relacionam a origem do personagem com o visual de Gacy. E para quem sofre de coulrofobia, meio sorriso distorcido pela maquiagem excessiva já basta para causar pesadelos.
Resenha
Alguns detalhes são necessários quando se escreve um livro sobre um assassino real: o histórico familiar do sujeito, laudos médicos, relatos de psiquiatras envolvidos no caso, fotos da vítimas quando vivas, plantas do lugar em que os crimes foram cometidos. O que não é necessário é mencionar cada detalhe que deu errado durante as investigações. É compreensível que os policiais entrevistados queiram ter seus nomes na história mas, quando o livro é escrito por policiais e não jornalistas, tudo vira uma grande cerimônia para dar tapinha nas costas de policial burro que ajudou o criminoso.
O grande circo midiático (trocadilho intencional) que se criou ao redor de John Wayne Gacy é compreensível: Gacy é um dos assassinos em série com o maior número de vítimas confirmadas da história, numa época em que ainda não se compreendia o conceito de serial killer (termo cunhado pelo agente do FBI Robert Ressler nos anos 1970). O empreiteiro foi condenado por torturar e matar trinta e três rapazes num período de seis anos. A revelação dos crimes foi um choque para sua comunidade, já que Gacy era visto como um empresário simpático que se vestia de palhaço para animar criancinhas em hospitais.A grande falha do livro é esquecer o que realmente é relevante aqui: os crimes e o assassino. O tempo que poderia ser gasto destrinchando a personalidade de Gacy e examinando seu modus operandi é desperdiçado nomeando cada policial que atuou na investigação. Cada policial que jantou na casa do suspeito, que pagou um café para ele, que seguiu Gacy por dias a fio sem lhe aplicar nem ao menos uma multa de trânsito. Chega a ser irritante acompanhar a história de como um homem que já tinha passagem pela polícia e ligações com vários meninos desaparecidos conseguiu enrolar os policiais por quase duas semanas antes de ser preso pelos assassinatos.
O ponto positivo é que há muitas conversas com o assassino, então é possível criar uma imagem muito nítida de sua personalidade egocêntrica e tão desprovida de empatia. As conversas infelizmente ficam um pouco perdidas entre todos os relatos dos policiais. Se o livro tivesse sido escrito por um jornalista ou escritor, teria sido muito mais fluido e melhor estruturado.
John Wayne Gacy se tornou um marco não só no bizarro culto a serial killers como na cultura pop, e é um dos motivos pelos quais muita gente tem medo de palhaços (Stephen King também colaborou muito com a fobia com o lançamento de It em 1986). O livro inclusive conta com uma galeria de palhaços famosos (alguns icônicos, outros terríveis), uma adição excelente à edição que já conta com o acabamento primoroso da coleção crime scene: capa dura com ilustrações do próprio Gacy e a fitinha amarela exclusiva da coleção.
Apesar de ser necessário um pouco de paciência para lidar com o estilo de escrita, Killer clown é um volume importante para qualquer prateleira de crimes reais que se preze. Ninguém sabe sobre serial killers de verdade até conhecer a história de Gacy e seu alter ego Pogo, o palhaço.
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Eu sou doida para ler esse seguimento da Editora! Acabei de ler recentemente BTK e claro que amei. Mas realmente as resenhas deste livro do "palhaço" não estão sendo positivas não.
ResponderExcluirA maioria dizem que o enredo é arrastado demais e que os crimes meio que são deixados de lado.
Mesmo assim, eu ainda quero muito conferir esta obra e as demais do selo DarkSide!
Beijo
Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na Flor
Oi, Angela!
ExcluirEu achei Columbine o mais bem escrito desse selo atá agora. O que faz sentido, já que ele foi escrito por um jornalista. O do BTK achei um pouco arrastado também, e ele não é tão interessante como serial killer. Espero que ainda assim você consiga aproveitar o livro.
beijos